segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Premios e Premiados de 2012.......


31/12/2012 | 00:00

2012, o ano em que Lula virou piada de salão

Foto
Com o ano se acabando de rir das “faxinas” da Dilma, do PIBão do Mantega, das seis mil creches que viraram sete unidades, da transposição do rio São Francisco que secou, sabe da última? Lula vai falar a verdade, Carlinhos Cachoeira será candidato a senador, Dirceu será presidente de Cuba, Rose Noronha vai morar em Porto Seguro, 170 milhões sairão da miséria e todo “vagabundo” terá direito a ar condicionado. Ah, e tem aquela que o Lula contou do Joaquim, mas fica para amanhã, após a tradicional distribuição de troféus da coluna.

Prêmio Mequetrefe

O matemático Oswald de Souza entregará o troféu a Delúbio Soares, que acertou as contas do PT, mas errou a piada de salão. É uma vaquinha que faz “muuu”, para ele colocar no presépio da cadeia.

Troféu Pinóquio

De tanto ganhar, ele já é hors concours honoris causa: vai para Lula, pela obstinada persistência no desconhecimento de tudo. Não deverá sair de costas da festa, porque o prêmio é uma faca. Afiada.

Baiana do acarajé

Pela intimidade com Porto Seguro, redes submersas, peixes graúdos e moluscos tipo Lula, o prêmio é de Rosemary Noronha: uma saia de baiana vermelho-PT das lojas Marisa para ela enfim rodar em 2013.

Osama bin Laden

Vai para o ditador Bashar al Assad, que comprou a Síria e jogou a chave fora. Prêmio em nome do finado barbudo dá azar? Tomara.

Efeitos Especiais

É de Sérgio Cabral e Fernando Cavendish, criadores do “Guardanpo Style”. Foram a Paris de asa Delta, multiplicaram pães e peixes e transformaram água em vinho no Ritz e nem precisaram pagar a conta.

Lanterna mágica

Todo “poste” precisa de luz e assim o troféu vai para o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. A mágica fica por conta de Kassab, que lhe dá três opções na prova do Enem para destruir São Paulo de vez.

Troféu Rolando Lero

Amado mestre Lewandowski, o prêmio é seu por votação unânime transitada em julgado. Data vênia será entregue no STF pelo colega Rolando Lero Jr., conhecido pelos pares e ímpares como Tóffoli.

Prêmio Tiririca

Presidente do “circo”, Marco Maia caprichou na lona da Câmara dos Deputados, e se superou no final do ano ameaçando colocar grade também. Seu colega Tiririca entregará o prêmio: um nariz de palhaço.

Avestruz de Bronze

O vencedor é o Movimento Negro, que ignorou a posse do primeiro negro na presidencia do Supremo Tribunal Federal, certamente porque Joaquim Barbosa não recorreu a políticas de cotas para subir na vida.

Chave de Cadeia

Sabendo usar, não vai faltar. Carlinhos Cachoeira ganha o prêmio de Marcos Valério, vencedor de 2011, que não vai à cerimônia por uma inexplicável “dor de garganta profunda”. Pastilhas Valda nele.

Troféu Fuleco

A transposição do São Francisco, os “800 aeroportos”, o PAC, o trem-bala, Minha Casa, Minha Vida e outros contos da Carochinha ganham a réplica do mascote das Olimpíadas pelo conjunto da falta de obra.

Lamparina de plástico

Vai para Dilma, que adora luz, mas hoje faltou. Com o apagão geral na economia, ainda ficou de “vela” de mensaleiros e outros mequetrefes do alto escalão que agem no escurinho e mentem à

Picareta de ferro

Ganham grevistas do serviço público federal, que infernizaram a vida dos que lhes pagam salário. Para aprenderem a quebrar uma pedreira.

Óleo de peroba

O produto favorito de nove entre dez políticos vai em spray para o deputado condenado José Genoino passar na cerimônia de posse na Câmara, dia 2. Seu ex-colega João Paulo Cunha declinou da entrega porque tem que pagar a conta atrasada da Net no Banco Rural.

Cordão da bola preta

O animado bloco dos 25 mensaleiros promete sair com tudo neste Carnaval com o enredo “Chama o chefe”. Além das bolas de ferro, ganham pijamas listrados, numa cerimônia em regime fechado.

Garganta profunda

Nem adianta ameaçar se jogar da 6ª economia do mundo para a 5ª: o troféu é do ministro Mantega, que já está rouco de tanto engolir PIB pequeno e agora terá que engolir o PIBão prometido pela Dilma.

Mortal Combat

Joaquim Barbosa e Lewandowski fizeram por merecer o cinturão de ouro na luta verbal de sopapos jurídicos no ringue do mensalão. A entrega será no Carnaval, quando os mensaleiros poderão “dançar”.

Prêmio BNDEX

Ganha o incrível bilionário Eike Batista, que conseguiu ficar mais pobre com nosso dinheiro. A nota de 7 dólares será entregue pelo filho Thor, deus nórdico da velocidade, para o pai investir na Ilha da Fantasia.

Medalha Cartola

Vai para a Rosemay, a outra chefe de gabinete do ex-presidente Lula, confirmando que as Roses não falam, apenas exalam certos odores.

Frango de macumba

"Misinfio Zé Dirceu, seus caminho tá mais cruzado que porta de xadrez. Tu mexeu na farofa dos Tranca-Rua da Justica e agora os caboclos querem de volta a marafa que tu roubou. Pega uma cachaça com teu guia de cego, dez velas com o ministro da Luz e bota o despacho na porta do tal de Supremo. Se devolverem, te entrega, Corisco!".

Flauta de ouro


O troféu é do leitor, para enfrentar em 2013 o Ano da Cobra, importado dos chineses por uma merreca. Toque bem alto para espantar o bicho, que parece pior que Dragão em férias. 

                                                              Feliz Ano Novo!

Claudio Humberto


















sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Uma fábula alcoólica ..........


COMO DIZEM POR AÍ ESTÁ TUDO MUITO BEM.
Uma fábula alcoólica

Célio Pezza

Era uma vez, um país que disse ter conquistado a independência energética com o uso do álcool feito a partir da cana de açúcar.

Seu presidente falou ao mundo todo sobre a sua conquista e foi muito aplaudido por todos. Na época, este país lendário começou a exportar álcool até para outros países mais desenvolvidos.

Alguns anos se passaram e este mesmo país 

assombrou novamente o mundo quando 
anunciou que tinha tanto petróleo que seria um dos maiores produtores do mundo e seu futuro como exportador estava garantido.

A cada discurso de seu presidente, os aplausos eram tantos que confundiram a capacidade de pensar de seu povo. O tempo foi passando e o mundo colocou algumas barreiras para evitar que o grande produtor invadisse seu mercado. Ao mesmo tempo adotaram uma política de comprar as usinas do lendário país, para serem os donos do negócio.

Em 2011, o fabuloso país grande produtor de combustíveis, apesar dos alardes publicitários e dos discursos inflamados de seus governantes, começou a importar álcool e gasolina.

Primeiro começou com o álcool, e já importou mais de 400 milhões de litros e deve trazer de fora neste ano 2012 um recorde de 1,5 bilhão de litros, segundo o presidente de sua maior empresa do setor, chamada Petrobras Bio-combustíveis.


Como o álcool do exterior é inferior, um órgão chamado ANP (Agência Nacional do Petróleo) mudou a especificação do álcool, aumentando de 0,4% para 1,0% a quantidade da água, para permitir a importação. Ao mesmo tempo, este país exporta o álcool de boa qualidade a um preço mais baixo, para honrar contratos 

firmados.

Como o álcool começou a ser matéria rara, foi mudada a quantidade de álcool adicionada à gasolina, de 25% para 20%, o que fez com que a grande empresa produtora de gasolina deste país precisasse importar gasolina, para não faltar no mercado interno. Da mesma forma, ela exporta gasolina mais barata e compra mais cara, por força de contratos.

A fábula conta ainda que grandes empresas 

estrangeiras, como a BP (British Petroleum), compraram no último ano várias grandes usinas produtoras de álcool neste país imaginário, como a Companhia Nacional de Álcool e Açúcar, e já são donas de 25% do setor. (SHELL-COSAN)

A verdade é que hoje este país exótico exporta o álcool e a gasolina a preços mais baixos um produto com 0,4% de água, importa a preços mais altos um produto inferior (1% de água), e seu povo paga por estes produtos um dos mais altos preços do mundo.

Infelizmente esta fábula é real e o país onde estas coisas irreais acontecem chama-se Brasil 
.

CÉLIO PEZZA é escritor 

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Lula continua fugindo................


 
24/12/2012 - às 18:22 \ Direto ao Ponto

Um mês depois de revelado o escândalo, Lula continua fugindo de perguntas sobre o caso Rose. Logo saberá que é impossível escapar de quadrilheiras de estimação

O berreiro dos cardeais, os uivos dos apóstolos, o choro dos devotos, as lamentações das carpideiras ─ nada disso vai adiantar. Nenhuma espécie de chilique coletivo da seita lulopetista impedirá que o chefe supremo seja obrigado a quebrar a mudez malandra. Desde 23 de novembro, quando a Operação Porto Seguro tornou nacionalmente conhecida uma certa Rosemary Noronha, Lula foge de comentários sobre a quadrilheira de estimação. O silêncio que começou há mais de um mês pode até estender-se por duas semanas, três semanas. A trégua do Ano Novo vai ajudá-lo. Mas o ex-presidente não escapará da hora da verdade.
A menos que todos os jornalistas brasileiros resolvam perder definitivamente a voz, o homem que nunca sabe de nada será confrontado com perguntas e cobranças que exigirão álibis menos bisonhos e respostas mais criativas. Se repetir, por exemplo, que se sente “apunhalado pelas costas”, Lula se arriscará a ouvir de volta uma desmoralizante gargalhada nacional. Se confirmar que “não se surpreendeu” com o que houve, como balbuciou em Berlim, terá de ser menos ambíguo: não se surpreendeu com as gatunagens de Rose, com o atrevimento do bando ou com a eficiência da Polícia Federal?
O colecionador de escândalos já deveria ter aprendido que nenhuma patifaria de grosso calibre deixa de existir ou fica menor só porque o protagonista da história finge ignorá-la. Atropelado pelas revelações da PF, o ex-presidente passou as duas primeiras semanas enfurnado no Instituto Lula, de onde só saiu para uma festa no Rio e uma discurseira para catadores de papel em São Paulo. Sempre cercado por muros humanos, não concedeu aos repórteres um único segundo de sua preciosa atenção. Depois, viajou para longe do Brasil e passou uma semana driblando jornalistas com saídas pelos fundos e escapadas pela cozinha. Para quê? Para nada.
Se era de bom tamanho quando partiu, a assombração ficara um pouco maior quando voltou. Indiciada pela Polícia Federal, Rosemary Noronha foi em seguida denunciada pelo Ministério Público por formação de quadrilha, corrupção passiva, tráfico de influência e falsidade ideológica. Entre os comparsas incluídos na denúncia remetida à Justiça figuram os irmãos Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), Rubens Vieira, ex-diretor da  Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e Marcelo Vieira, que vive de expedientes. Os três bebês de Rosemary são os líderes do bando que enriqueceu com a venda de pareceres técnicos forjados.
Os lucros aumentaram extraordinariamente depois da contratação dos serviços da chefe de gabinete do escritório paulista da Presidência. Rose apresentava-se aos interlocutores conforme o grau de intimidade. Para os íntimos, era a mulher do Lula. Para o resto, “a namorada do presidente”. Nas reuniões com subordinados, declamava o primeiro verso do hino dos novos-ricos: “Aqui tudo é chique”. Parecia-lhe especialmente chique a decoração do escritório na esquina da Paulista com a Augusta. Numa das paredes, um imenso pôster mostra Lula (com a camisa do Corinthians) batendo um pênalti.
Hoje acampada na casa da filha Mirele,  também demitida da Anac, Rose contabiliza os estragos da tempestade. Do dia para a noite, perdeu o emprego oficial, o posto de primeira-dama oficiosa, o escritório, o salário superior a R$ 10 mil. Os amigos sumiram. O namorado também.  Acabou a vida mansa proporcionada pelos lucros da quadrilha. Acabaram as viagens internacionais ou mesmo domésticas: excluída das comitivas presidenciais desde a posse de Dilma Rousseff, agora não pode sequer sonhar com outro cruzeiro no mar de lhabela.
Sempre à beira de um ataque de nervos, Rosemary Noronha acha que os companheiros do PT não lhe estenderam a mão na hora da tormenta. É uma caixa-preta até aqui de  mágoa. Tão perigosa quanto Paulo Vieira, que anda sondando o Ministério Público sobre as vantagens da delação premiada. Nesta segunda-feira, a sindicância aberta pelo Planalto para apurar o envolvimento de funcionários públicos com a quadrilha foi prorrogada por dez dias.  Talvez dê em nada. Mas o processo judicial começou a andar. E o desfecho do julgamento do mensalão avisou que ninguém mais deve considerar-se condenado à perpétua impunidade.
Nos escândalos anteriores, havia entre Lula e os meliantes em ação um comando formado por companheiros ─ que funcionou como um oportuníssimo airbag na hora do estrondo. Desta vez nâo há intermediários entre o candidato a inimputável e a turma da delinquente que protege há quase 20 anos. As impressões digitais do ex-presidente estão por toda parte. Foi Lula quem instalou Rosemary Noronha no gabinete em São Paulo e pediu a Dilma que a mantivesse no cargo. Foi Lula quem, a pedido de Rose, transformou os irmãos Vieira em diretores de agências reguladoras. Sem Lula, Rose não se teria juntado à comitiva presidencial em 23 viagens internacionais. Sem Lula, uma alpinista social de subúrbio jamais teria feito carreira como traficante de influência.
Era Lula a fonte de poder da quadrilha, que não teria existido sem ele. Pouco importam os balidos do rebanho, a vassalagem dos governadores ou as genuflexões de Dilma Rousseff (que conhecia muito bem a representante da Presidência em São Paulo). Rose é um caso de polícia criado por Lula. Ele que trate de encontrar explicações ─ se é que existe alguma.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

DESAFIO FRONTAL AO STF....

VOTO IMPRESSO EM 2014, é o início da Reforma Política, e da FAXINA, GERAL, AMPLA E IRRESTRITA!!! 
 
DESAFIO FRONTAL AO STF
 
Não existe qualificação pejorativa suficiente para a postura jurídica de alguns togados por terem votado que a um Parlamento, comprovadamente subornado pelo Mensalão, seja fixada a responsabilidade de caçar mandatos dos seus próprios cúmplices.
É totalmente irresponsável e inconsequente a postura do PT através do presidente da câmara, assim como da base aliada, ao tentarem estabelecer no país uma crise institucional pelo fato do STF, agora, cumprindo plenamente com suas responsabilidades de Tribunal Superior, ter condenado uma gang que fez do poder público um Covil de Bandidos.
Graças à banda boa da Polícia Federal, ao Procurador Geral da República, ao Ministro Joaquim Barbosa e a outros togados do STF,não fantasiados de advogados dos bandidos da corrupção e do suborno, a sociedade começa a recuperar sua confiança de que ainda nem todos os instrumentos legais para punir corruptos e subornadores foram eliminados pela degeneração e relativização da Justiça, nem pela tentativa lesa pátria de partidarização do STF pelo PT.
O escândalo do “mensalão”, que fez do Parlamento um balcão de negócios espúrios e o caso “Rose” que, conforme denúncias cada vez mais fortes transformou a própria presidência da República em um antro de prostituição política e sexual – denúncias essas ainda não refutadas diretamente pelo principal ator dessa tragédia moral, que se mantém no silêncio de um reconhecimento de culpa –, colocaram o Brasil na boca do resto do mundo como o país de poder público mais safado, corrupto e subornador comparativamente a outros países passíveis de comparação: o Brasil já é considerado o país em desenvolvimento mais corrupto do mundo.
Quem vai querer continuar investindo e fazendo negócios no país nessas condições? Nem os tradicionais especuladores do mercado financeiro se sentem mais à vontade diante de um poder público transformado em um Covil de Bandidos.
Que grandes empresas multinacionais vão querer assumir o risco de novos investimentos dependentes da degeneração de suas relações com o poder público através da corrupção e do suborno?
A perda de soberania do nosso país começa a se pronunciar de forma cada vez mais evidente por sua forte vinculação à banda podre da “aldeia global”, às gangs de países dominados por terroristas, por ditadores fascistas ou por esquerdas apodrecidas pela corrupção.
Nossas Forças Armadas em algum momento terão que se posicionar, ou aceitando a omissão dos comandantes já cúmplices da corruptocracia fascista do PT como um “espírito de corpo”, ou cumprindo sua missão constitucional de defender o país desses canalhas da corrupção e do suborno, que provocaram durante os últimos doze anos o apodrecimento formal da nossa República.
O Brasil está à beira da ruptura de suas relações sociais que estão sendo degeneradas desde que o país foi entregue ao comando dos civis.
As Forças Armadas não precisam novamente derrubar um sistema que, de candidato a comunista, sofreu mutações degenerativas, transformando-se em corrupto, subornador e fascista. Precisam apenas, através dos comandantes que honram as fardas que vestem passar um “sutil” recado para aqueles que já os qualificaram como “Forças Armadas de merda”, isto é, declarar que não aceitarão a desqualificação das decisões do STF, não admitindo que o país se transforme em uma corruptocracia fascista com um poder público Covil de Bandidos como resultado direto da desqualificação fascista do Poder Judiciário.
Não existe legitimidade em uma “democracia” construída através de sucessivos estelionatos eleitorais, do roubo, da corrupção e da transformação dos poderes Legislativo e Judiciário em lacaios de um Executivo, que se prestou a se omitir, sendo cúmplice, de forma sistemática, da evidente transformação do poder público em um Covil de Bandidos.
O resultado transformado em uma grotesca Fraude da Abertura Democrático é a construção de uma estrutura de poder apodrecido nas suas raízes e que vem se colocando como cúmplice declarado dessa sacanagem com o país: uma escorchante carga tributária, construtora de uma criminosa dívida pública e pagadora da corrupção, do suborno e do roubo bilionário dos contribuintes, descarado roubo que subtraiu o dinheiro que deveria estar sendo empregado na saúde, na educação, na cultura, na segurança pública e no saneamento básico.
 
Geraldo Almendra
11/12/2012

Hacker revela no Rio como fraudou eleição:


Hacker revela no Rio como fraudou eleição:
 
 
Ana Prudente
 
 
11 de dezembro de 2012
 
Um novo caminho para fraudar as eleições informatizadas brasileiras foi apresentado ontem (10/12) para as mais de 100 pessoas que lotaram durante três horas e meia o auditório da Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Rio de Janeiro (SEAERJ), na Rua do Russel n° 1, no decorrer do seminário “A urna eletrônica é confiável?”, promovido pelos institutos de estudos políticos das seções fluminense do Partido da República (PR), o Instituto Republicano; e do Partido Democrático Trabalhista (PDT), a Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini.
Acompanhado por um especialista em transmissão de dados, Reinaldo Mendonça, e de um delegado de polícia, Alexandre Neto, um jovem hacker de 19 anos, identificado apenas como Rangel por questões de segurança, mostrou como -- através de acesso ilegal e privilegiado à intranet da Justiça Eleitoral no Rio de Janeiro, sob a responsabilidade técnica da empresa Oi – interceptou os dados alimentadores do sistema de totalização e, após o retardo do envio desses dados aos computadores da Justiça Eleitoral, modificou resultados beneficiando candidatos em detrimento de outros - sem nada ser oficialmente detectado.
 
“A gente entra na rede da Justiça Eleitoral quando os resultados estão sendo transmitidos para a totalização e depois que 50% dos dados já foram transmitidos, atuamos. Modificamos resultados  mesmo quando a totalização está prestes a ser fechada”, explicou Rangel, ao detalhar em linhas gerais como atuava para fraudar resultados.
O depoimento do hacker – disposto a colaborar com as autoridades –  foi chocante até para os palestrantes convidados para o seminário, como a Dra. Maria Aparecida Cortiz, advogada que há dez anos representa o PDT no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para assuntos relacionados à urna eletrônica; o professor da Ciência da Computação da Universidade de Brasília, Pedro Antônio Dourado de Rezende, que estuda as fragilidades do voto eletrônico no Brasil, também há mais de dez anos; e o jornalista Osvaldo Maneschy, coordenador e organizador do livro Burla Eletrônica, escrito em 2002 ao término do primeiro seminário independente sobre o sistema eletrônico de votação em uso no país desde 1996.
 
Rangel, que está vivendo sob proteção policial e já prestou depoimento na Polícia Federal, declarou aos presentes que não atuava sozinho: fazia parte de pequeno grupo que – através de acessos privilegiados à rede de dados da Oi – alterava votações antes que elas fossem oficialmente computadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
A fraude, acrescentou, era feita em beneficio de políticos com base eleitoral na Região dos Lagos – sendo um dos beneficiários diretos dela, ele o citou explicitamente, o atual presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o deputado Paulo Melo (PMDB). A deputada Clarissa Garotinho, que  também fazia parte da mesa, depois de dirigir algumas perguntas a Rangel  - afirmou que se informará mais sobre o assunto e não pretende deixar a denúncia de Rangel cair no vazio.
 
Fernando Peregrino, coordenador do seminário, por sua vez, cobrou providências:
“Um crime grave foi cometido nas eleições municipais deste ano, Rangel o está denunciando com todas as letras -  mas infelizmente até agora a Polícia Federal não tem dado a este caso a importância que ele merece porque  ele atinge a essência da própria democracia no Brasil, o voto dos brasileiros” – argumentou Peregrino.
Por ordem de apresentação, falaram no seminário o presidente da FLB-AP, que fez um histórico do voto no Brasil desde a República Velha até os dias de hoje, passando pela tentativa de fraudar a eleição de Brizola no Rio de Janeiro em 1982 e a informatização total do processo, a partir do recadastramento eleitoral de 1986.
A Dra. Maria Aparecida Cortiz, por sua vez, relatou as dificuldades para fiscalizar o processo eleitoral por conta das barreiras criadas pela própria Justiça Eleitoral; citando, em seguida, casos concretos de fraudes ocorridas em diversas partes do país – todos abafados pela Justiça Eleitoral. Detalhou fatos ocorridos em Londrina (PR), em Guadalupe (PI), na Bahia e no Maranhão, entre outros.
 
Já o professor Pedro Rezende, especialista em Ciência da Computação, professor de criptografia da Universidade de Brasília (UnB), mostrou o trabalho permanente do TSE em “blindar” as urnas em uso no país, que na opinião deles são 100% seguras. Para Rezende, porém, elas são "ultrapassadas e inseguras". Ele as comparou com sistemas de outros países, mais confiáveis,  especialmente as urnas eletrônicas de terceira geração usadas em algumas províncias argentinas, que além de imprimirem o voto, ainda registram digitalmente o mesmo voto em um chip embutido na cédula, criando uma dupla segurança.
Encerrando a parte acadêmica do seminário, falou o professor Luiz Felipe, da Coppe da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que em 1992, no segundo Governo Brizola, implantou a Internet no Rio de Janeiro junto com o próprio Fernando Peregrino, que, na época, presidia a Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj). Luis Felipe reforçou a idéia de que é necessário aperfeiçoar o sistema eleitoral brasileiro - hoje inseguro, na sua opinião.
O relato de Rangel – precedido pela exposição do especialista em redes de dados, Reinaldo, que mostrou como ocorre a fraude dentro da intranet, que a Justiça Eleitoral garante ser segura e inexpugnável – foi o ponto alto do seminário.
 
Peregrino informou que o seminário  será transformado em livro e tema de um documentário que com certeza dará origem a outros encontros sobre o mesmo assunto - ano que vem. Disse ainda estar disposto a levar a denuncia de Rangel as últimas conseqüências e já se considerava um militante pela transparência das eleições brasileiras: “Estamos aqui comprometidos com a trasnparência do sistema eletrônico de votação e com a democracia no Brasil”, concluiu. (OM)