sábado, 28 de fevereiro de 2015

Discípulos morais de Marilena Chaui ensinam como devem ser tratados os coxinhas golpistas...

 

Discípulos morais de Marilena Chaui ensinam como devem ser tratados os coxinhas golpistas

Abaixo, escrevo um post sobre a pancadaria promovida pelos milicianos petistas no Rio. Agora, exibo uma sequência de fotografias dos alunos de Marilena Chaui em ação. Depois de ler todos os seus livros, eles resolveram botar alguns em prática. Convenham: a autora original da tese de que protestar contra a roubalheira é coisa de golpistas é Marilena. Ora, se os que se manifestam contra o governo são golpistas, os que batem neles são democratas e iluministas, certo? As imagens são de Antônio Lacerda, da Efe.
Acima, pós-graduandos de Chaui, que também odeia a classe média, ensinam como se deve entender a “Cultura e Democracia”
Acima, pós-graduandos de Chaui, que também odeia a classe média, ensinam como se deve entender a “Cultura e Democracia”
 
Os alunos morais de Marilena continuam a dar a sua aula, agora mostrando pro brasileiro o que são “As Nervuras do Real”
Os alunos morais de Marilena continuam a dar a sua aula, agora mostrando pro brasileiro o que são “As Nervuras do Real”
 
Esse rapaz, bastante atlético, dá as “Boas-vindas à Filosofia”
Esse rapaz, bastante atlético, dá as “Boas-vindas à Filosofia”
 
O rapaz que aprendeu com os argumentos dos pupilos de Chaui sente na carne “O que é Ideologia”
O rapaz que aprendeu com os argumentos dos pupilos de Chaui sente na carne “O que é Ideologia”
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E, acima, o rapaz que está sendo socado, sem nem saber quem bate nele, tem “A Experiência do Pensamento”.
E, acima, o rapaz que está sendo socado, sem nem saber quem bate nele, tem “A Experiência do Pensamento”.

0S SAQUEADORES DA LÓGICA


0S SAQUEADORES DA LÓGICA
por Fernando Gabeira. Artigo publicado em 27.02.2015
(Originalmente publicado em O Estado de São Paulo, 27/02/2015)

Se o PT pusesse fogo em Brasília e alguém protestasse, a resposta viria rápida: onde você estava quando Nero incendiou Roma? Por que não protestou? Hipocrisia.

Com toda a paciência do mundo, você escreve que ainda não era nascido, e pode até defender uma ou outra tese sobre a importância histórica de Roma, manifestar simpatia pelos cristãos tornados bodes expiatórios. Mas e inútil.

Você está fazendo, exatamente, o que o governo espera. Ele joga migalhas de nonsense no ar para que todos se distraiam tentando cata-las e integra-las num campo inteligível.

Vi muitas pessoas rindo da frase de Dilma que definiu a causa do escândalo da Petrobras: a omissão do PSDB nos anos 1990. Nem o riso nem a indignação parecem ter a mínima importância para o governo.

Depois de trucidar os valores do movimento democrático que os elegeu, os detentores do poder avançaram sobre a língua e arrematam mandando a lógica elementar para o espaço. A tática se estende para o próprio campo de apoio. Protestar contra o dinheiro de Teodoro Obiang, da Guiné Equatorial, no carnaval carioca e hipocrisia: afinal, as escolas de samba sempre foram financiadas pela contravenção.

O intelectual da Guiné Juan Tomás Ávila Laurel escreveu uma carta aos cariocas dizendo que Obiang gastou no ensino médio e superior de seu país, em dez anos, menos o que investiu na apologia da Beija-Flor. E conclui alertando os cariocas para a demência que foi o desfile do carnaval de 2015.

O próprio Ávila afirma que não há números confiáveis na execução do orçamento da Guiné Equatorial. Obiang não deixa espaço para esse tipo de comparação. Tanto ele como Dilma, cada qual na sua esfera, constroem uma versão blindada as análises, comparações numéricas e ao próprio bom senso.

O mundo é um espaço de alegorias, truques e efeitos especiais. Nicolas Maduro e Cristina Kirchner também constroem um universo próprio, impermeável. Se for questionado sobre uma determinada estratégia, Maduro poderá dizer: um passarinho me contou. Cristina se afoga em 140 batidas do Twitter: um dia fala uma coisa, outro dia se desmente.

Numa intensidade menor do que na Guiné Equatorial, em nossa América as cabeças estão caindo. Um promotor morre, misteriosamente em Buenos Aires, o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, só e indefeso, é arrastado por um pelotão da polícia política bolivariana.

Claro, é preciso denunciar, protestar, como fazem agora os argentinos e os venezuelanos. Mas a tarefa de escrever artigos, de argumentar racionalmente, parece-me, no Brasil de hoje, tão antiga como o ensino do latim ou o canto orfeônico.

Alguma evidencia, no entanto, pode e deve sair da narrativa dos próprios bandoleiros. Quase tudo o que sabemos, apesar do excelente trabalho da Polícia Federal, veio das delações premiadas.

Alguns dos autores da trama estão dentro da cadeia. Não escrevem artigos, apenas mandam bilhetes indicando que podem falar o que sabem.

Ao mesmo tempo que rompe com a lógica elementar, o governo prepara sua defesa, organiza suas linhas e busca no fundo do colete um novo juiz do Supremo para aliviar sua carga punitiva. O relator Teori Zavascki, na prática, foi bastante compreensivo, liberando Renato Duque, o único que tinha vínculo direto com o PT.

Todas essas manobras e contramanobras ficarão marcadas na história moderna do Brasil. Essa talvez seja a razão principal para continuar escrevendo.

Dilmas, Obiangs, Maduros e Kirchners podem delirar no seu mundo fantástico. Mas vai chegar para eles o dia do vamos ver, do acabou a brincadeira, a Quarta-Feira de Cinzas do delírio autoritário.

Nesse dia as pessoas, creio, terá alguma complacência conosco que passamos todo esse tempo dizendo que dois e dois são quatro. Constrangidos com a obviedade do nosso discurso, seguimos o nosso caminho lembrando que a opressão da Guiné Equatorial é a história escondida no Sambódromo, que o esquema de corrupção na Petrobras se tornou sistemático e vertical no governo petista.

Dilma voltou mais magra e diz que seu segredo foi fechar a boca. Talvez fosse melhor levar a tática para o campo político. Melhor do que dizer bobagens, cometer atos falhos.

O último foi confessar que nunca deixou de esconder seus projetos para ampliar o Imposto de Renda. Na Dinamarca (COP 15), foi um pouco mais longe, afirmando que o meio ambiente é um grande obstáculo ao desenvolvimento.

O País oficial parece enlouquecer calmamente. É um pouco redundante lembrar todas as roubalheiras do governo. Além de terem roubado também o espaço usual de argumentação, você tem de criticar politicamente alguém que não é político, lembrar o papel de estadista a uma simples marionete de um partido e de um esquema de marketing.

O governo decidiu fugir para frente. Olho em torno e vejo muitas pessoas que o apoiam assim mesmo. Chegam a admitir a roubalheira, mas preferem um governo de esquerda. A direita, argumentam, é roubalheira, mas com retrocesso social. Alguns dos que pensam assim são intelectuais. Nem vou discutir a tese, apenas registrar sua grande dose de conformismo e resignação.

Essa resignação vai tornando o País estranho e inquietante, muito diferente dos sonhos de redemocratização. O rei do carnaval carioca é um ditador da Guiné e temos de achar natural porque os bicheiros financiam algumas escolas de samba.

A tática de definir como hipocrisia uma expectativa sincera sobre as possibilidades do Brasil é uma forma de queimar esperanças. Algo como uma introjeção do preconceito colonial que nos condena a um papel secundário.

Não compartilho a euforia de Darcy Ribeiro com uma exuberante civilização tropical. Entre ela e o atual colapso dos valores que o PT nos propõe, certamente, existe um caminho a percorrer.

Artigo publicado no Estadão em 27/02/2015 e no PUGGINA.ORG

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Joãozinho e Mariazinha o Escandalo do PT

JOÃOZINHO
CONVERSANDO COM MARIAZINHA.

Joãozinho: Você ouviu falar sobre o escândalo do governo PT?
Mariazinha: Aquele do mensalão?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele do mensalinho?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele dos aloprados?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele do petrolão?
Joãozinho: Não, aquele outro.

Mariazinha: Aquele do apagão aéreo?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele dos correios?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha:Aquele dos dólares na cueca?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele do caseiro Francenildo?
Joãozinho: Não, aquele outro

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Mariazinha: Aquele da Erenice 6%?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele do Palocci virar milionário da noite para o dia?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele da Oi/Telemar virar sócia do filho do Lula para o
papai mudar a lei e eles comprarem a BrT?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele do BNDES financiar porto em Cuba?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele de renegociar o contrato de Itaipu com o Paraguai?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele de deixar a Bolívia do `Querido Evo' expropriar a
Petrobras?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele de transferir o dinheiro da saúde para Cuba
contratando curandeiros?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele de comprar caças superfaturados?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele de alterar perfis da wikipedia de críticas ao
governo?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele de impor sigilo aos gastos dos cartões
corporativos?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele de fazer plano de previdência para os netos com
cartão corporativo?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele do Ministério dos Transportes?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha:
Aquele do Ministério da Pesca?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha:
Aquele dos gastos da Rose, `amiga' do Lula?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele da refinaria de Pasadena?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele dos bilhões emprestados para o Eike?
Joãozinho:
Não, aquele outro.
Mariazinha: Desisto! Ah, já sei! Descobri! Aquele escândalo dos mais
de 54 milhões de eleitores desinformados que recebem bolsas e benefícios
governamentais financiados com nosso dinheiro e que nos prenderam de
novo com a administração mais corrupta e salafrária da história do
Brasil?

Joãozinho: SIM, ESSE MESMO!

UM GALÃO DE AGUA NO JAPÃO....

 
Vejam que bela visão social! Será que um dia teremos algo similar por cá?
 


 

MARTHA MEDEIROS


 
O galão d’água
Reproduzo o relato que minha filha recebeu pelo whatsapp de uma garota brasileira que mora no Japão: Ontem veio um homem aqui e deixou um galão d'água na frente da minha porta. Disse que durante a madrugada eles fariam uma vistoria nos encanamentos de água do bairro e por isso estavam passando para avisar, deixar o galão e pedir desculpas por terem que desligar o registro de água por algumas horas. Eu disse para ele que não precisava deixar a água, afinal, estaríamos dormindo nesse horário, mas ele respondeu: Você paga suas contas todos os meses e nós temos obrigação de não deixar você sem água nem por um minuto. E ainda disse: Se precisar de mais, pode pedir. E assim seguiu a distribuir nas outras casas. Durante a madrugada, olhei pela janela e havia um grupo trabalhando nas ruas em silêncio. Hoje vieram novamente, casa por casa, só para agradecer.
 
Pois é.
 
Não é assim que deveria ser tudo na vida? Decência, responsabilidade e educação: por que é tão raro, tão complicado? A simplicidade da cena: um galão d’água deixado de porta em porta para o caso de os moradores terem alguma eventual necessidade às duas horas da manhã, às três horas da manhã. Não é caridade, e sim direito do cidadão que paga taxas e impostos. Eu não deveria me comover com isso, mas me comovo, porque a gente cumpre com os compromissos como qualquer japonês, qualquer sueco, qualquer canadense, mas onde está a contrapartida? Acho que isso explica nossa desesperança de que uma eleição mude alguma coisa. Já não acreditamos que um candidato consiga não se deixar corromper pelo poder, que possa governar sem dever favores para outros partidos, que solucione as mazelas do povo em detrimento das negociatas de gabinete. Política passou a ter um sentido desvirtuado.
 
Ninguém obriga um homem ou uma mulher a se candidatar a um cargo público. Se ele se oferece para a missão de governar, deveria fazer isso unicamente por seu espírito altruísta. Mas soa como piada. Altruísmo na política brasileira? Tem graça.
Um galão d’água na porta. Um serviço de atendimento ao consumidor que funcione de forma fácil. Um policial em cada esquina. Nota fiscal entregue em todas as transações comerciais. Lixeiras por toda parte. Ruas bem sinalizadas. Transporte farto, barato e que cumpra horários. Hospitais com vagas dia e noite. Escolas eficientes. Confiança em vez de burocracia. Sinceridade em vez de enrolação. Agilidade em vez de empurrar com a barriga. Se todo mundo concorda que é assim que tem que ser, por que não acontece, quem emperra?
 
Não é só culpa de quem governa, mas dos governados também. Viciados em retórica, seduzidos por vantagens exclusivas e não coletivas, sempre nos perguntando “como posso faturar com essa situação?”, não permitimos que o Brasil se moralize e avance.

Galão d’água na porta de casa? Nem pensar. Nunca, jamais, em tempo algum. Onde pensa que está. Isto aqui é América Latrina, 3º mundo. Só com um troquinho por fora, mermão.