Minas Gerais - O TEMPO
Venezuela bate recorde de protestos: 4.116 em 3 meses
Segundo instituição, houve um aumento de 3.483 manifestações frente ao mesmo período de 2013.
Abuso.
Os últimos três meses tiveram tantas manifestações no país quanto todo o ano de 2013, quando foram registrados 4.410 atos.
Caracas, Venezuela. Os
4.116 protestos registrados nos três primeiros meses do ano na
Venezuela fizeram do trimestre o líder em número de manifestações no
país nos últimos 10 anos – um aumento de 3.483 protestos em relação ao
mesmo período de 2013. De acordo com o Observatório Venezuelano de
Conflito Social (SVCO), apenas em março foram 1.423 protestos, 31% deles
reprimidos com violência por grupos paramilitares pró-governo.
Os números, publicados nesta quarta-feira, revelam que, em três meses,
foi registrado quase o equivalente a um de ano de manifestações em 2013
(4.410), e mais de 50% dos doze meses de 2012, ano de alta tensão social
e, até então, o mais violento da última década.
Ainda de acordo com a pesquisa, grupos paramilitares atuaram com
permissividade e em coordenação com funcionários do Estado, o que é
negado pelo governo de Nicolás Maduro.
Diante
do aumento da violência, nesta quarta-feira, o governo venezuelano
formalmente convidou o secretário de Estado do Vaticano e ex-núncio na
Venezuela, Pietro Parolin, para mediar as negociações com a oposição.
CRIMES CONTRA Humanidade.
Deputados latino-americanos pediram ontem, em Madri, na Espanha, novas
adesões a uma denúncia apresentada ao Tribunal Penal Internacional
(TPI), em Haia, contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, por
crimes contra a humanidade. A denúncia já teria a assinatura de
parlamentares de oito países, inclusive do Brasil, segundo o jornal “O
Globo”.
“Esperamos que parlamentares da
Espanha, da Europa e de outros países do mundo se unam a essa causa”,
afirmou a deputada peruana Cecilia Chacón em entrevista coletiva ao lado
dos colegas Adrián Oliva, da Bolívia, e Cornelia Schmidt, da Argentina,
todos da oposição conservadora aos respectivos governos.
A denúncia foi apresentada em Haia na segunda-feira. Segundo o
documento, “torturas, assassinatos, prisões e perseguição no marco de
uma ação sistemática e generalizada contra a população civil” durante a
onda de manifestações contra o governo venezuelano iniciada em fevereiro
constituem crimes contra a humanidade de Maduro e outros membros de sua
administração.
A denúncia é firmada por 198 deputados de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, Peru e Uruguai.