Carta enviada a "O Globo" e (obviamente) não publicada - Carlos Ilich Santos Azambuja
Endereçada a Ricardo Noblat.
Você hoje publicou em sua coluna os
nomes dos 362 mortos e desaparecidos durante a luta armada que teve início com
o atentado no Aeroporto dos Guararapes em 1966, que matou duas pessoas e feriu
17. Então, ainda não havia AI-5.
Você deveria publicar também que o
terrorismo teve início em 1961, ainda no governo Jânio Quadros, quando o
primeiro grupo de terroristas foi enviado à China para receber treinamento de
guerrilhas. Você sabia disso? Se não sabia bastava ler O Globo da época!
Você deveria publicar também os nomes
das 130 vítimas do terrorismo aloprado. Para saber seus nomes bastaria ler O
Globo!
Você sabia que os terroristas
praticaram sequestros de aviões e de autoridades estrangeiras (embaixadores da
Alemanha, da Suiça e o Cônsul do Japão) e brasileiras (Salles, Alonso, Beltran
Martinez, Olivetto e Abilio Diniz), assaltos, assassinatos e justiçamentos,
alguns de seus próprios companheiros? Se não sabia, como o Lula, bastaria ler O
Globo da época"!
Você não publicou que a Organização
VPR, à qual pertencia a presidentA da República mandou pelos ares o Soldado
Mario Kosel Filho, sentinela de uma Organização militar em SP, que trucidou a
coronhadas o Ten Mendes, da PMSP, no Vale da Ribeira, o Capitão Chandler, na
frente de sua mulher e seus flhos, em São Paulo - um dos matadores, anistiado e
recompensado financeiramente, não se cansa de dar entrevistas a jornais,
inclusive ao O Globo -, do Major da Alemanha, aluno da ECEME, na Praia
Vermelha, do marinheiro inglês (que não me lembro o nome, mas Você pode buscar
no google). Você sabia disso? Se não sabia, bastava ler O Globo da época.
Você deveria escrever também sobre os
justiçamentos, como os de Hening Boilesen, e dos próprios companheiros, como
Marcio Leite Toledo, metralhado nas ruas de São Paulo por um seu companheiro da
ALN que nunca foi preso. Se não sabia, bastava ler O Globo da época.
Você deveria escever sobre a insana
Guerrilha do Araguaia, onde o primeiro a ser morto foi um militar do Exército,
Se não sabia, bastava ler O Globo.
Enfim, O Globo perdeu credibilidade,
alegando que o apoio - inclusive em artigo assinado pelo próprio Roberto
Marinho - foi "um erro editorial". Agora, como a (C)Omissão da
Verdade, o jornal atira em uma única direção para posar de bom moço para o
Partido dos petralhas que atualmente desgoverna o país (basta ler O Globo).
O Globo transformou-se em um jornal
escroto graças a seus redatores de agora, que ignoram o passado e o seu
fundador Roberto Marinho!
Tudo isso eu escrevi ontem em carta
para o Globo, mas como a carta não continha elogios, não foi publicada.
Carlos Ilich Santos Azambuja
Rio de Janeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário