EDITORIAL - DP
Petistas pagaram cachê a "manifestantes": nada mais
emblemático
Nada foi
mais emblemático, nas "manifestações" organizadas por sindicalistas,
nesta sexta-feira (13), do que os múltiplos flagrantes de pagamento de cachê
para pobres diabos arregimentados para fazer número. Atos supostamente contra
corrupção corrompendo pessoas para deles participar. Seria cômico, não fosse
trágico.
Alguns
sindicatos pagaram R$ 30 por cabeça, como se verificou em cidades como São
Paulo, Salvador e Maceió, enquanto outros sindicatos mais endinheirados, como o
dos petroleiros do Rio, chegaram a pagar R$ 50. Casais recebiam R$ 80.
Somente
por isso, mediante suborno, os organizadores conseguiram reunir 33 mil
"manifestantes" em todo o País, segundo cálculo baseado nas
estimativas das respectivas polícias militares de todos os Estados e do
Distrito Federal.
Nesse
quadro, o governo, os organizadores e parte da imprensa brasileira saudaram o
caráter "ordeiro e pacífico" desses atos de sexta-feira, como se
fosse possível esperar rebeldia ou excitação em hordas conduzidas como gado,
nas ruas das principais cidades brasileiras.
Como
aquelas passeatas foram organizadas e conduzidas por sindicalistas ligados ao
PT e a CUT, seu braço sindical, e tendo reunido número tão modesto de pessoas
apoiando uma presidente da República que acabou de ser reeleita, é possível
concluir que, de fato, tá feia a coisa para o governo.
Talvez
envergonhados, e até como condição para participar dos atos de apoio ao
governo, setores minoritários do PT exibiram algumas faixas e cartazes com
leves reparos à política de ajuste em curso no governo Dilma. Até porque
PT tem repulsa a qualquer tipo de racionalidade que se busque imprimir às
políticas econômicas.
Como sobrevive
oferecendo prebendas, vantagens, bolsas, está se lixando quanto aos efeitos que
essa sugação toda produza sobre a capacidade de produzir do País.
Muitos
cartazes foram também erguidos "em defesa da Petrobras", mal
disfarçando o verdadeiro significado dessa lorota: a defesa do petrolão, o
maior escândalo de roubalheira de todos os tempos, no Brasil e talvez no mundo.
Tanto assim que não havia cartazes contra as hienas colocadas pelo PT em postos
chaves na empresa, e que há tempos a haviam transformado em carniça.
Nenhuma
crítica foi feita por exemplo à lamentável figura de Sérgio Gabrielli, ex
presidente da Petrobras, que confessou em recente depoimento à CPI a
incapacidade de detectar a roubalheira que corria solta na empresa. Sua
declaração equivale a um atestado de absoluta incompetência. E levanta uma
pergunta-chave: por que alguém nomearia um cidadão inepto para um cargo tão
importante?
Onde
andaram os órgãos de controle interno? Onde andou a assessoria de comunicação
da empresa que não lhe terá repassado nenhuma notícia sobre a inexplicável
multiplicação por oito do custo da refinaria de Pernambuco?
Chegou a
ser engraçado verificar que os mesmos sindicatos que pagaram para atrair
manifestantes exibiam faixas como "somos petroleiros, não somos corruptos".
Os petroleiros não são corruptos, como toda certeza, mas o mesmo não se pode
dizer da pelegada que os representa. Tampouco da "cumpanherada"
instalada em postos chaves da Petrobras para roubá-la, nem muito menos a elite
dirigente do PT, capitaneada por Lula e Dilma, que durante doze anos autorizou
ou permitiu, por dolo ou incompetência, que ali se praticasse um assalto de
"proporções bíblicas".
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