segunda-feira, 16 de março de 2015

Petistas pagaram cachê a "manifestantes": nada mais emblemático

EDITORIAL - DP





Petistas pagaram cachê a "manifestantes": nada mais emblemático

Nada foi mais emblemático, nas "manifestações" organizadas por sindicalistas, nesta sexta-feira (13), do que os múltiplos flagrantes de pagamento de cachê para pobres diabos arregimentados para fazer número. Atos supostamente contra corrupção corrompendo pessoas para deles participar. Seria cômico, não fosse trágico.
Alguns sindicatos pagaram R$ 30 por cabeça, como se verificou em cidades como São Paulo, Salvador e Maceió, enquanto outros sindicatos mais endinheirados, como o dos petroleiros do Rio, chegaram a pagar R$ 50. Casais recebiam R$ 80.
Somente por isso, mediante suborno, os organizadores conseguiram reunir 33 mil "manifestantes" em todo o País, segundo cálculo baseado nas estimativas das respectivas polícias militares de todos os Estados e do Distrito Federal.
Nesse quadro, o governo, os organizadores e parte da imprensa brasileira saudaram o caráter "ordeiro e pacífico" desses atos de sexta-feira, como se fosse possível esperar rebeldia ou excitação em hordas conduzidas como gado, nas ruas das principais cidades brasileiras.
Como aquelas passeatas foram organizadas e conduzidas por sindicalistas ligados ao PT e a CUT, seu braço sindical, e tendo reunido número tão modesto de pessoas apoiando uma presidente da República que acabou de ser reeleita, é possível concluir que, de fato, tá feia a coisa para o governo.
Talvez envergonhados, e até como condição para participar dos atos de apoio ao governo, setores minoritários do PT exibiram algumas faixas e cartazes com leves reparos à política de ajuste em curso no governo Dilma. Até porque PT tem repulsa a qualquer tipo de racionalidade que se busque imprimir às políticas econômicas.
Como sobrevive oferecendo prebendas, vantagens, bolsas, está se lixando quanto aos efeitos que essa sugação toda produza sobre a capacidade de produzir do País.
Muitos cartazes foram também erguidos "em defesa da Petrobras", mal disfarçando o verdadeiro significado dessa lorota: a defesa do petrolão, o maior escândalo de roubalheira de todos os tempos, no Brasil e talvez no mundo. Tanto assim que não havia cartazes contra as hienas colocadas pelo PT em postos chaves na empresa, e que há tempos a haviam transformado em carniça.
Nenhuma crítica foi feita por exemplo à lamentável figura de Sérgio Gabrielli, ex presidente da Petrobras, que confessou em recente depoimento à CPI a incapacidade de detectar a roubalheira que corria solta na empresa. Sua declaração equivale a um atestado de absoluta incompetência. E levanta uma pergunta-chave: por que alguém nomearia um cidadão inepto para um cargo tão importante?
Onde andaram os órgãos de controle interno? Onde andou a assessoria de comunicação da empresa que não lhe terá repassado nenhuma notícia sobre a inexplicável multiplicação por oito do custo da refinaria de Pernambuco?
Chegou a ser engraçado verificar que os mesmos sindicatos que pagaram para atrair manifestantes exibiam faixas como "somos petroleiros, não somos corruptos". Os petroleiros não são corruptos, como toda certeza, mas o mesmo não se pode dizer da pelegada que os representa. Tampouco da "cumpanherada" instalada em postos chaves da Petrobras para roubá-la, nem muito menos a elite dirigente do PT, capitaneada por Lula e Dilma, que durante doze anos autorizou ou permitiu, por dolo ou incompetência, que ali se praticasse um assalto de "proporções bíblicas".

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