Constrangimento na cerimônia de posse Nova procuradora-geral
da República, Raquel Dodge, estava
cercada por investigados. Ninguém falou diretamente em Lava-Jato
Por: Carolina
Bahia
18/09/2017 -
10h54min | Atualizada em 18/09/2017 - 10h54min
A breve cerimônia de posse da nova procuradora-geral da
República, Raquel Dodge, foi marcada por um constrangimento inevitável dentro
da atual conjuntura política. À mesa das autoridades, Dodge estava cercada por
políticos investigados na Lava-Jato. Além da procuradora, apenas a presidente
do Supremo Tribunal Federal, ministra Carmen Lúcia, não é alvo de inquéritos.
Apesar de citar o combate à corrupção em seu discurso, Dodge não falou o nome
da operação "Lava-Jato". O presidente Temer fez um breve e protocolar
discurso e, claro, nem tocou no assunto.
Além de Temer, os presidentes do Senado, Eunício de
Oliveira (PMDB-CE) e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acompanhavam a
cerimônia. Todos investigados. Eunício é apontado em dois inquéritos, suspeito
de receber R$ 2 milhões em propina da Odebrecht em troca da aprovação de
medidas provisórias, ao lado de Rodrigo Maia, Renan Calheiros, Romero Jucá e
Lúcio Vieira Lima. Na planilha da empreiteira, ganhou o apelido de “Índio”.
Maia é o "Botafogo" e responde a dois inquéritos por corrupção e
lavagem de dinheiro decorrentes da Lava Jato. Uma das investigações apura
repasses ilícitos da Odebrecht para os dois em três anos eleitorais diferentes,
em valores de R$ 350 mil a R$ 600 mil. O presidente Temer enfrenta uma segunda
denúncia da PGR, além de ser alvo de um inquérito que apura recebimento de
propina em uma MP para o setor de portos.
No ambiente político, a expectativa é que, com a chegada
de Dodge, melhore o ambiente das "relações institucionais entre os
poderes". Mas a cobrança dos próprios procuradores é que a nova comandante
do PGR continue o trabalho de combate à corrupção.
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