sexta-feira, 29 de julho de 2016

Dilma não é petista, reclamam militantes. Delação foi ato imperdoável de traição ao partido

 julho 28, 2016
A presidente afastada Dilma Rousseff deixou vários petistas revoltados ao incriminar o Partido dos Trabalhadores sobre o uso de dinheiro desviado da Petrobras em suas campanha de 2010.  Durante entrevista para a Rádio Educadora, de Uberlândia (MG), na manhã de quarta­feira, 27, Dilma se esquivou de responsabilidades sobre a denúncia de caixa 2 na sua campanha feitas pelo casal de publicitários João Santana e Mônica Moura. Sem qualquer cerimônia, Dilma não hesitou em colocar toda a culpa no PT pelo uso de dinheiro roubado da Petrobras em suas campanhas.
Ao rechaçar as acusações de seu envolvimento no esquema de caixa sobre o pagamento de US$ 4,5 milhões ao casal de marqueteiros em contas no exterior, Dilma afirmou que "isso é problema de João Santana e do PT". Não é a mim que tem que perguntar isso. Com quem ele tratou isso foi com a tesouraria do PT, como disse o próprio Santana" — safou­se  Dilma na entrevista.
A delação de Dilma foi recebida como uma punhalada nas costas do partido e dos milhões de militantes que se mobilizaram para defender seu mandato. Integrantes do partido falam que ela sempre teve "alma de pedetista", em referência ao fato de ela ter se filiado ao PDT nos anos 80, quando o PT já existia.
"Se fosse para ficar jogando m no ventilador, era melhor ela ficar calada. Este tipo de declaração não ajuda ninguém. Nem ela nem o partido", teria dito um dirigente. "Já não chega a mídia golpista, o juiz Moro?"
"Ela só entrou no partido em 2001 visando um cargo no eventual governo Lula, após a confirmação da aliança com o PDT para a campanha de 2002. Nunca teve raiz no partido nem compromisso com nossas bandeiras", afirma um militante que participou da fundação do PT na região do ABC paulista.
"A prova de que ela nunca se importou com o partido está no fato de nunca ter aceitado os conselhos do Lula. Se ela tivesse colocado o Meirelles em 2015, a situação da economia não teria degringolado como acabou acontecendo" ­ desabafa outro petista ­ "O Lula faltou implorar, não, o Lula implorou pra ela mexer na equipe econômica, pra não fazer aquilo nos direitos do trabalhador, mas ela ignorou tudo que ele disse e preferiu cumprir a agenda da oposição para garantir seu mandato. Deu no que deu", lamenta.
"Esse negócio dela colocar a culpa no PT foi um ato de traição imperdoável e ela fez isso durante uma entrevista. Ela não estava sob tortura ou presa. A delação foi gratuita, covarde e oportunista" ­afirma um dos membros do diretório do partido na capital paulista ­ "Embora o pessoal aqui fique cheio de política, pisando em ovos, o fato é que está todo mundo puto da vida com ela. O Rui, o Lula e até a Marta Suplicy acharam um absurdo o que ela fez"
"Não é petista, não tem sangue petista e não chega nem nos pés de qualquer militante do partido. Olha o Dirceu, o Vaccari, o Genoíno? Esses caras são dignos, foram presos e nunca, nunca falaram nada sobre os temas internos do partido. A traição da Dilma foi algo tão escroto que até o pessoal da oposição evitou explorar o fato politicamente. Foi uma vergonha". ­ comenta outro militante visivelmente revoltado, enquanto saboreava um café em um bar nas imediações da sede do partido em São Paulo.
"Ela quis tirar o dela da reta e apontou para o partido, sem medir as consequências. Faz uma parada dessas nas quebradas e veja o que acontece" ­ sugere um outro mais exaltado ­ "A Marina era do PT, era mulher e sempre foi fiel ao partido, tinha raiz, Não sei de onde o Lula tirou da cabeça para colocar a Dilma sua sucessora. Foi a maior burrada e colocou o partido numa situação delicada hoje. Não que eu pretenda mudar de partido, mas defender a Dilma, isso eu não faço nunca mais"

"Se o Lula ser preso, vai ser por causa dessa F..d..p, que não trocou a P* do ministro quando ele pediu e aceitou colocar ele no governo quando já era tarde, quando estava todo mundo perturbando a lerda", queixou-se outro   simpatizante do partido e fã do ex-presidente. 

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