terça-feira, 15 de novembro de 2016

Projeto que proíbe transmissões da TV Justiça é completamente inconstitucional


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Charge do Ivan Cabral (ivancabral.com)
Jorge Béja
O projeto de lei que proíbe a transmissão, pela TV Justiça, dos julgamentos do Supremo Tribunal Federal (STF) e outras Cortes superiores, já aprovado por unanimidade na semana passada pela Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados, traz em si duas deletérias e repugnantes chancelas ou rótulos – o abominável desrespeito com o povo brasileiro e a submissão do Poder Judiciário ao Legislativo, que passa a disciplinar e estabelecer regras para dizer o que as mais altas Cortes de Justiça do país podem ou não podem fazer, em matéria de tornar públicos seus atos e sessões de julgamento.
Se o projeto virar lei, será escandalosamente inconstitucional. E deprimentemente imoralíssimo. Até que ponto o poder da corrupção e dos corruptos chega! Roubam, saqueiam os cofres públicos, e quando são descobertos e processados, querem uma “lei” que retire do povo brasileiro vitimado o direito de assistir pela televisão o julgamento final dos hediondos crimes que cometeram.
PRIVACIDADE E HONRA – Eles alegam o direito à “privacidade”, à “honra”. Mas que privacidade, que moral e que honra têm os escroques? Não pode existir uma lei que proteja um bem que a pessoa não tem. Para o deputado Vicente Cândido (PT-SP), autor da proposta e do texto dessa “lei”, “é preciso preservar os direitos das pessoas, que acabam sofrendo duas penas: a condenação e a execração pública”.
Não, senhor deputado. A pena é uma só. A execração pública é a consequência natural da condenação pela prática de crimes execráveis e hediondos. Os crimes de lesa-pátria são todos, por sua natureza, hediondos e execráveis e dispensam lei que assim os definam.
PROIBIÇÃO INIMAGINÁVEL – O próprio ministro Marco Aurélio Mello, do STF, que em 17.5.2002, no exercício da presidência da República, sancionou a Lei nº 10.461/2002 que criou a TV Justiça, já se manifestou a respeito dessa lei perversa. “É inimaginável essa proibição, considerando o julgamento de ações penais que são propostas contra parlamentares. Essa forma de legislar em causa própria é excomungável. A TV Justiça é um controle externo do STF”.
Excomungável é pouco, senhor ministro. Trata-se de lei sórdida, velhaca e imoralíssima. Lei patife. Lei que fere frontalmente o artigo 93, inciso IX da Constituição Federal (“Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos”).
Além disso, desde outubro de 1941 que o Código de Processo Penal determina que as audiências, sessões e os atos do processo penal sejam públicos. Somente quando a publicidade resultar “escândalo, inconveniente grave ou perigo de perturbação da ordem é que o juiz ou tribunal poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a portas fechadas” (artigo 792).
Se essa tal lei for aprovada, aí mesmo é que ocorrerão os efeitos, mas contrários, em prejuízo do povo brasileiro. O inconveniente grave, o perigo de perturbação da ordem e o escândalo ocorrerão se o STF e outras Cortes superiores não transmitirem as sessões de julgamento pela TV Justiça, que é a emissora oficial geradora das imagens para todas as demais estações de televisão.
NA FORMA DA LEI – Quem manda no Supremo Tribunal Federal é a Constituição da República, de quem a Corte é a guardiã. E quem dispõe sobre a ordem, o modo e a disciplina do funcionamento da Suprema Corte é o seu Regimento Interno, que tem peso e força de lei federal.
Não será a Câmara dos Deputados quem vai determinar e organizar os trabalhos internos do Supremo Tribunal Federal e das demais altas Cortes do país, tratando-as como Poderes subalternos. Nem dispor quando e como suas sessões serão transmitidas pela TV Justiça.
Cada macaco no seu galho. Os poderes da República são harmônicos entre si. E acima de tudo, independentes. E se forem postos numa balança para se aferir qual dos três Poderes pode mais, o de maior peso é sempre o Poder Judiciário, por lhe cumprir dizer sobre a legalidade ou não dos atos praticados pelos dois outros poderes, mantendo-os, amoldando-os à Constituição ou invalidando-os.


quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Se não houver pressão, foro privilegiado jamais acabará, adverte o relator


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Randolfe avisa que será difícil extinguir o foro privilegiado
Natália LambertCorreio Braziliense
Mesmo diante de um dia tumultuado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado por causa do debate da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que define um teto para os gastos públicos, o relator da proposição que extingue o foro privilegiado para autoridades, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), conseguiu colocá-la definitivamente na pauta do colegiado.
No fim do dia, depois de uma longa sessão, o senador do Amapá fez a leitura das 18 páginas nas quais propõe a admissibilidade da PEC 10/13, de autoria do senador Alvaro Dias (PV-PR), que acaba com o benefício de integrantes de cargos públicos responderem sobre crimes comuns somente em instâncias superiores, inclusive, o presidente da República.
SALTO GIGANTESCO – “O que pode parecer um pequeno passo no processo legislativo foi um salto gigantesco para a aprovação da matéria. Se o texto não fosse lido hoje, provavelmente, ficaria emperrado”, comentou o senador. Para Randolfe, o momento agora é de pressão. “Quanto mais envolvimento da sociedade, mais chances temos de aprovar a proposta.”
No texto, Randolfe destaca que a função do foro foi deturpada ao longo do tempo e, atualmente, “pessoas buscam o mandato eletivo justamente para fugir das instâncias ordinárias da Justiça, conduta francamente reprovável”.
“Os ministros do Supremo Tribunal Federal, em muitas ocasiões, são submetidos ao constrangimento público de ter que decidir ações penais cujos crimes já tiveram suas penas prescritas em concreto”, acrescenta o senador, ao ressaltar a sobrecarga de processos no Judiciário.
JUCÁ PEDE VISTAS – Ao final da leitura, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) pediu vistas à proposta, que, a partir da próxima semana, está na pauta da Comissão de Justiça para ser apreciada. O período para emendas ao texto está aberto e o debate promete ser acirrado, já que o tema é polêmico entre parlamentares.
Segundo levantamento preliminar do Correio com senadores da comissão, nove votos estão garantidos ao texto original da PEC; três são favoráveis a mudanças no sistema, mas defendem a prerrogativa para alguns cargos, por exemplo, os presidentes dos Três Poderes; outros quatro preferem a manutenção do benefício.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O senador Randolfe tem toda razão. Se não houver pressão da sociedade, o foro privilegiado continuará garantindo a impunidade dos políticos e das autoridades. Hoje, cerca de 22 mil brasileiros desfrutam desse privilégio do foro privilegiado, enquanto nos EUA nem mesmo o presidente tem essa prerrogativa absurda(C.N.)

Mais do que confirmado: Governo Temer quer mesmo abafar a Operação Lava Jato


Mais do que confirmado: Governo Temer quer mesmo abafar a Operação Lava Jato



Medina Osório denunciou o plano para demolir a Lava Jato
Carlos Newton
É preciso reconhecer que o ex-ministro Fábio Medina Osório, da Advocacia-Geral da União, procedeu corretamente ao denunciar que o governo federal está decidido a abafar a Operação Lava Jato, para evitar punição aos envolvidos em esquemas de corrupção – parlamentares, empresários, governantes e autoridades. Agora, não há mais dúvida. A afirmação de Medina Osório, que foi capa da “Veja” em 14 de setembro, está confirmada por fatos que não podem ser desmentidos nem contestados.
ANISTIA DO CAIXA 2 – Primeiro, houve a manobra orquestrada pelo Planalto com o novo presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que repentinamente colocou em pauta numa segunda-feira (dia em que não há votações) um projeto de autoria desconhecida, para anistiar caixa dois de campanha, que é crime eleitoral. A ardilosa jogada, literalmente na calada da noite, só não prosperou porque houve imediata reação de deputados da Rede e do PSOL, e que Deus abençoe a existência da oposição nas democracias.
A manobra do projeto misterioso fracassou, mas está para ser novamente pautada por Rodrigo Maia, porque o Planalto realmente não abre mão desse esquema para abafar a Lava Jato.
ABUSO DE AUTORIDADE – A segunda tentativa partiu diretamente do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que também ressuscitou e reciclou um antigo projeto, desta vez para coibir abusos de autoridades, e o objetivo flagrante é emparedar o Ministério Público, a Polícia Federal e a Receita Federal, que atuam em conjunto no combate à corrupção político-administrativa.
A manobra também foi suspensa, devido à firme reação dos procuradores, delegados e auditores, mas continua em gestação no eixo dos três Poderes e até conta com apoio irrestrito do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que foi citado por Renan como autor da sugestão de ser aprovado um projeto nesse sentido, vejam a que ponto chegamos.
ACORDO DE LENIÊNCIA – Agora surge mais uma tentativa, articulada pelo líder do governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE), que pede urgência para aprovar mudança nos acordos de leniência previstos pela Lei de Improbidade Administrativa.
Como se sabe, acordo de leniência é uma espécie de “delação premiada” firmada com as empresas. O objetivo do projeto original já era absurdo – punir os empresários, mas preservar as empresas, em nome do interesse dos trabalhadores, segundo o parecer apresentado ainda no governo Dilma Rousseff pelo relator André Moura, hoje na liderança de Temer.
Agora, o prestativo parlamentar resolveu ampliar as benesses, ao estender a isenção de culpa aos próprios empresários que conduziram os esquemas de corrupção. Em tradução simultânea, isso significa mais um capítulo na desesperada tentativa oficial de abafar a Lava Jato, pois Moura está se manifestando como líder do Governo e tem se reunido com o ministro da Transparência, Torquato Jardim, para discutir os últimos ajustes. Ou seja, esses atos têm a digital do Planalto.
MEDINA OSÓRIO – Fica mais do que confirmado que a denúncia do ex-ministro Medina Osório, feita no início de setembro, era mesmo procedente. Na época, ele isentou de culpa o presidente Temer e atribuiu a articulação contra a Lava Jato a Eliseu Padilha, da Casa Civil.
Temer, que é professor de Direito Constitucional, sempre respeitou muito o chefe da AGU. Apesar de nem ter chegado aos 50 anos, Medina Osório é considerado um dos maiores juristas brasileiros e ontem à noite esteve no Superior Tribunal de Justiça para autografar mais uma obra sobre Improbidade Administrativa, ao lado do ministro Mauro Campbell e outros autores.
De tudo isso, pode-se concluir o seguinte: Temer é mesmo refém dos caciques do PMDB ou então faz parte da quadrilha e é o atual chefe.
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PS
 – O governo Dilma também fez o possível e o impossível para abafar a Lava Jato, chegando até a nomear um ministro (Navarro Dantas) para o STJ, com a incumbência de libertar Marcelo Odebrecht e os demais empreiteiros, mas o plano “vazou”. Quanto ao líder do governo André Moura, recebemos na noite desta quarta-feira uma mensagem do advogado e economista carioca Celso Serra, com informações sobre a vida pregressa do parlamentar, que responde a uma série de inquéritos na Justiça e é réu em três ações penais no Supremo, além de ter sido condenado em segunda instância por improbidade administrativa e estar investigado na Lava Jato. Ou seja, já é ficha suja. Com um líder dessa categoria, Temer nem precisa de inimigos. (C.N.)

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Comissão aprova parecer sobre as contas de Vanazzi

São Leopoldo – RS - 02/11/2016
Comissão aprova parecer sobre as contas de Vanazzi

01/11/2016 19:23 02/11/2016 08:20

Comissão aprova parecer sobre as contas de Vanazzi. Parecer final sobre a gestão de Ary Vanazzi em 2008 vai quinta-feira a julgamento na Câmara de São Leopoldo

Thiago Padilha

Por três votos a um, a Comissão de Finanças, Orçamento, Economia e Planejamento (CFOEP) da Câmara de São Leopoldo aprovou na tarde de terça-feira.

(1) o parecer da vereadora Edite Lisboa, a Cigana (PSB). O documento, que contraria a recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCERS) pela desaprovação das contas de 2008 do ex-prefeito Ary Vanazzi (PT), recomenda a aprovação, com ressalvas e aplicação de multa de R$ 1,5 mil e fixação de débito de R$ 25,6 mil. O vereador Claudio Giacomini (PSDB) chegou a protocolar um relatório com diversas propostas de emendas ao parecer final da relatora, mas não foram apreciadas pelo presidente da Comissão, vereador Nestor Schwertner (PT). Ele considerou a análise do tucano uma “declaração de voto divergente”.

Segundo Schwertner, “esta será a primeira vez na história recente do Município que a Câmara terá uma votação desse porte”. Ele salienta que o relatório da comissão “não compromete” os direitos políticos de Vanazzi, apesar de propor multa. Armando Motta (PRB), que é ex-secretário de Obras de Vanazzi, também votou pela aprovação do parecer.

Secretário pede exoneração para votar. 
O secretário municipal de Proteção Animal, Brasil Oliveira (PSB), pediu exoneração do cargo ontem (1) para reassumir seu assento no Legislativo e votar no julgamento de amanhã (3). “A tendência do meu voto é seguir a recomendação do TCE-RS”, afirmou ele. Com o retorno dele à Câmara, sai o suplente Adão Rambor (PSB), que não havia revelado seu voto na semana passada.

O rito do julgamento

A sessão ordinária de amanhã, em que as contas de Vanazzi vão a julgamento pelos vereadores, começa às 18 horas no plenário da Câmara de São Leopoldo.

Terão acesso ao local somente as pessoas que receberem senha. A comissão fará a leitura do parecer final, que tem 46 paginas. Em seguida, será aberto espaço para Ary Vanazzi apresentar sua defesa.


Após a manifestação do ex-prefeito, cada vereador poderá apresentar suas considerações e, então, ocorrerá o debate. Cada vereador deverá apresentar seu 02/11/2016 Comissão aprova parecer sobre as contas de Vanazzi voto nominalmente. Por ser matéria de quórum qualificado, a presidente Iara Cardoso (PDT) também deverá se pronunciar. Para o parecer do TCE-RS, favorável a desaprovação das contas de Vanazzi, deixar de prevalecer, será preciso dois terços dos votos dos vereadores (nove) aprovando o parecer da comissão. Vale lembrar que quem julga a inelegibilidade é a Justiça Eleitoral.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Prefeito de São Leopoldo, confirmou o parcelamento dos salários dos servidores.

Prefeito de São Leopoldo, Aníbal Moacir da Silva, confirmou o parcelamento dos salários dos servidores públicos.

01/11/2016

Em entrevista na manhã desta terça-feira (1) ao programa Correspondente ABC da Rádio ABC 900 o prefeito de São Leopoldo, Aníbal Moacir da Silva, confirmou o parcelamento dos salários dos servidores públicos. Conforme Moa, a medida se dá devido a arrecadação do Município que, segundo ele, em outubro e novembro enfrenta seus piores meses.
Com isso, o funcionalismo leopoldense receberá, de início, apenas R$700. O restante, conforme o prefeito, deverá ser depositado a partir da semana que vem. Os valores das parcelas restantes, no entanto, ainda não foram definidos, uma vez que, conforme Moa " depende da arrecadação". "A gente sabe, e já é histórico que outubro e novembro são os piores meses da arrecadação. Tinha uma época que fazíamos escalonamento de salários, agora estamos fazendo o parcelamento. Todos num primeiro momento vão receber R$ 700 e num outro momento, conforme for entrando a receita própria e o que as gente recebe do governo do Estado e do governo federal nós vamos repassando ao funcionalismo. É uma situação muito chata, mas nos obrigamos a fazer assim porque a situação está muito difícil. Na própria arrecadação do IPTU estamos com 40% de inadimplência. Optamos em fazer esse parcelamento para não deixar ninguém sem nada de dinheiro", comentou Moa.

A medida, no entanto, não atinge os professores, que receberão os salários de forma integral. "Os professores vão receber salário integral visto que é uma verba vinculada do Fundeb, mas que não cobre todo o salário. A Prefeitura teve que cobrir, mas eles vão receber em dia", esclarece.