O império da mentira
Mentir, todos mentem. O maior
perigo é acreditar nas suas próprias mentiras
Em
tempo de delação premiada, verdades e mentiras se misturam e se confundem.
Mentir, todo mundo mente, mesmo sem maldade ou intenção de enganar, pelo menos
200 vezes por dia, dizem pesquisas neurológicas recentes. Sejam inocentes,
triviais, piedosas, cínicas, covardes, venenosas, fatais ou criminosas,
mentiras são da condição humana. Já os psicanalistas dizem que todos mentem,
mas, quando a pessoa começa a mentir a si mesma, e a acreditar, não vale a pena
continuar.
Entre
a mentira e a ficção, entre a memória e a imaginação, vivem escritores e
publicitários, historiadores e artistas, jornalistas e marqueteiros, e também
as crianças e adultos que se igualam diante do maior perigo: acreditar nas
próprias mentiras.
Marqueteiros
políticos são uma espécie moderna de mentirosos profissionais de alta
performance, que são mais eficientes quando distorcem fatos e números e ampliam
supostos defeitos e suspeitas sobre os adversários. O problema é o candidato
vencer as eleições e continuar acreditando na campanha do marqueteiro, mesmo
diante da realidade adversa dos fatos e dos números.
E
mais ainda se vive cercado e isolado por assessores que adequam suas mentiras
às dele e não ousam desmenti-lo, mentindo assim duplamente.
Mentiras
sinceras interessam a poetas amorosos como Cazuza, mas não funcionam e custam
caro na economia. O poeta pode fingir tão completamente que chega a fingir que
é dor a dor que deveras sente, mas políticos são diferentes, mentem mais
friamente. No autoengano, eles põem a culpa nos adversários ou no governo
anterior. E na imprensa. E apelam à ancestral mãe de todas as mentiras: “Eu não
sabia.”
Mas
Lula nunca acreditou nas suas próprias mentiras, que são tão abundantes e
mutantes que contradizem umas às outras, mas sempre funcionaram no objetivo de
enganar os políticos e o povo. Claro, para o bem do povo e do Brasil… rsrs.
Será
estarrecedor se Dilma continuar acreditando no mundo maravilhoso de João
Santana e deixar de fazer o que tem que ser feito e que ela dizia que os outros
fariam. Como solucionar problemas sem reconhecer que eles existem? Nem
mentindo.
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