quarta-feira, 31 de agosto de 2011 | 15:50
Milton Corrêa da Costa
A fotografia estampada na primeira página de ‘O GLOBO’, onde o líder do governo Cândido Vaccarezza (PT) e a deputada Jaqueline Roriz aparecem sorrindo e confraternizando após a vergonhosa sessão qua absolveu (voto muito secreto) a parlamentar da cassação de seu mandato, é ao mesmo tempo um tapa na cara e um atitude de deboche ao povo brasileiro. É a autêntica contramão de direção em qualquer tentativa de implantação da ética na política brasileira.
A abolvição da deputada federal Jaqueline Roriz é a própria absolvição da falta de decoro, da falta de ética e da indecência na política. Absolveram a propina flagrada no vídeo. Mas o que esperar de um país onde réus da quadrilha do mensalão e outras figuras carimbadas , também réus de diferentes crimes, continuam sendo Vossas Excelências com todas as prerrogativas do cargo parlamentar?
O festival de falta de ética e falcatruas envolvendo o dinheiro público envergonham. Indecência e descaramento à toda prova. São desvios de recursos de toda ordem que envolvem dinheiro destinado a infra-estrutura de transportes, estradas, merenda escolar, reforma de escolas e hospitiais, verbas emergenciais para calamidades públicas resultantes de enchentes, desabamentos, verbas para construções de habitações, saneamento, pontes (inexistentes ou inacabadas), laranjas, enriquecimento inexplicável em pouco tempo ( mágica), lavagem de dinheiro, licitações com vencedores pré-determinados, superfaturamento, sobrepreço, propina no pagamento de serviços não executados, quadrilha de mensaleiros, desfaçatez, cinismo, sonegação de imposto de renda, dólar na cueca, no quintal, debaixo do tapete,
enfim, um festival de falcatruas, onde parece que todos já estamos conformados e acostumados com tanta falta de vergonha na cara e impunidade.
O que é pior, os ladrões da dinheirama – vejam o caso da advogada Jorgina contra o INSS- não devolvem tudo o que roubaram aos cofres públicos. Será também que Salvatore Cacciola devolveu?
Registre-se que desviar recursos de merenda escolar, de reforma de hospital ou destinado à reconstrução de casas destruídas, por ocasião de enchentes e desabamento, em princípio é crime contra os direitos humanos. Quem vai ser preso, por exemplo, na Prefeitura de Teresópolis?
Quem vai ser preso no caso dos mensaleiros do “Valerioduto”? Até quando vamos ver pela televisão, nas redes sociais ou jornais impressos cenas de prefeitos e primeiras-damas e outros políticos, algemados ou cobrindo o rosto com vestes ao serem presos por falcatruas e desvios (para o seu o bolso) de recursos públicos? Quem vai ser preso, com devolução do dinheiro desviado, no caso do DNIT?
As notícias da vergonhosa corrupção que grassa neste país podem ter como exemplo, entre centenas deles, o caso do Estado de Alagoas, onde proporcionalmente temos o maior número de analfabetos e de abandono escolar do país. Num intervalo de menos de um ano, os alagoanos viram
a realização de duas operações da Polícia Federal onde prefeitos, secretários, funcionários públicos e primeiras-damas foram presos acusados de desvio de R$ 8 milhões, verba destinada à merenda escolar.
De fato, não há dúvidas, além do Código de Ética, o Brasil precisa urgentemente que os que que detêm a missão de gerir a coisa pública respeitem o dinheiro dos impostos pagos pelo suor do trabalhador brasileiro, num país onde milhões ainda vivem abaixo da linha da pobreza, enquanto uma pequena parte dos “malandros nacionais”vivem nababescamente, às custas da corrupção do colarinho branco nos condomínios e nas coberturas de luxo em áreas nobres com toda segurança. Uma vergonha nacional, onde a pergunta que fica é: Que exemplo estamos dando às novas gerações? Por enquanto, com toda certeza, o da corrupção, do direito penal mínimo e da falta de ética na política através do voto secreto.
Para finalizar o contexto da falta de ética e decência no país registre-se a notícia -pasmem-publicada na coluna de Ancelmo Gois, ‘O GLOBO’ de hoje, (31/08), onde o ouvidor do Ministério Público do Rio, Gianfilippo Pianezzola, des cobriu, graças a uma denúncia, um gatonet no gabinete do delegado titular da Polícia Civil.(159a DP). É o que se pode chamar, até prova em contrário,de depósito fiel do crime. Charles De Gaule estava certo. “O Brasil não é (talvez nunca seja) um país sério”.
A fotografia estampada na primeira página de ‘O GLOBO’, onde o líder do governo Cândido Vaccarezza (PT) e a deputada Jaqueline Roriz aparecem sorrindo e confraternizando após a vergonhosa sessão qua absolveu (voto muito secreto) a parlamentar da cassação de seu mandato, é ao mesmo tempo um tapa na cara e um atitude de deboche ao povo brasileiro. É a autêntica contramão de direção em qualquer tentativa de implantação da ética na política brasileira.
A abolvição da deputada federal Jaqueline Roriz é a própria absolvição da falta de decoro, da falta de ética e da indecência na política. Absolveram a propina flagrada no vídeo. Mas o que esperar de um país onde réus da quadrilha do mensalão e outras figuras carimbadas , também réus de diferentes crimes, continuam sendo Vossas Excelências com todas as prerrogativas do cargo parlamentar?
O festival de falta de ética e falcatruas envolvendo o dinheiro público envergonham. Indecência e descaramento à toda prova. São desvios de recursos de toda ordem que envolvem dinheiro destinado a infra-estrutura de transportes, estradas, merenda escolar, reforma de escolas e hospitiais, verbas emergenciais para calamidades públicas resultantes de enchentes, desabamentos, verbas para construções de habitações, saneamento, pontes (inexistentes ou inacabadas), laranjas, enriquecimento inexplicável em pouco tempo ( mágica), lavagem de dinheiro, licitações com vencedores pré-determinados, superfaturamento, sobrepreço, propina no pagamento de serviços não executados, quadrilha de mensaleiros, desfaçatez, cinismo, sonegação de imposto de renda, dólar na cueca, no quintal, debaixo do tapete,
enfim, um festival de falcatruas, onde parece que todos já estamos conformados e acostumados com tanta falta de vergonha na cara e impunidade.
O que é pior, os ladrões da dinheirama – vejam o caso da advogada Jorgina contra o INSS- não devolvem tudo o que roubaram aos cofres públicos. Será também que Salvatore Cacciola devolveu?
Registre-se que desviar recursos de merenda escolar, de reforma de hospital ou destinado à reconstrução de casas destruídas, por ocasião de enchentes e desabamento, em princípio é crime contra os direitos humanos. Quem vai ser preso, por exemplo, na Prefeitura de Teresópolis?
Quem vai ser preso no caso dos mensaleiros do “Valerioduto”? Até quando vamos ver pela televisão, nas redes sociais ou jornais impressos cenas de prefeitos e primeiras-damas e outros políticos, algemados ou cobrindo o rosto com vestes ao serem presos por falcatruas e desvios (para o seu o bolso) de recursos públicos? Quem vai ser preso, com devolução do dinheiro desviado, no caso do DNIT?
As notícias da vergonhosa corrupção que grassa neste país podem ter como exemplo, entre centenas deles, o caso do Estado de Alagoas, onde proporcionalmente temos o maior número de analfabetos e de abandono escolar do país. Num intervalo de menos de um ano, os alagoanos viram
a realização de duas operações da Polícia Federal onde prefeitos, secretários, funcionários públicos e primeiras-damas foram presos acusados de desvio de R$ 8 milhões, verba destinada à merenda escolar.
De fato, não há dúvidas, além do Código de Ética, o Brasil precisa urgentemente que os que que detêm a missão de gerir a coisa pública respeitem o dinheiro dos impostos pagos pelo suor do trabalhador brasileiro, num país onde milhões ainda vivem abaixo da linha da pobreza, enquanto uma pequena parte dos “malandros nacionais”vivem nababescamente, às custas da corrupção do colarinho branco nos condomínios e nas coberturas de luxo em áreas nobres com toda segurança. Uma vergonha nacional, onde a pergunta que fica é: Que exemplo estamos dando às novas gerações? Por enquanto, com toda certeza, o da corrupção, do direito penal mínimo e da falta de ética na política através do voto secreto.
Para finalizar o contexto da falta de ética e decência no país registre-se a notícia -pasmem-publicada na coluna de Ancelmo Gois, ‘O GLOBO’ de hoje, (31/08), onde o ouvidor do Ministério Público do Rio, Gianfilippo Pianezzola, des cobriu, graças a uma denúncia, um gatonet no gabinete do delegado titular da Polícia Civil.(159a DP). É o que se pode chamar, até prova em contrário,de depósito fiel do crime. Charles De Gaule estava certo. “O Brasil não é (talvez nunca seja) um país sério”.
(Milton Corrêa da Costa é coronel da PM do Rio na reserva)
Nenhum comentário:
Postar um comentário