Acredite se quiser, a Odebrecht redigiu emendas às MPs apresentadas por Jucá
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Charge do Brito (Humor Político)
Gabriela ValenteO Globo
Em depoimentos à força-tarefa da Operação Lava-Jato, o lobista da Odebrecht Claudio Melo Filho afirmou que pagou propina ao líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), para que matérias de interesse da empresa fossem aprovadas. O executivo disse que houve quatro propostas de interferências da companhia. Numa das medidas provisórias que transitaram no Senado, a empresa chegou a escrever as emendas que deveriam ser colocadas por Jucá no texto. Pela ajuda constante, o político era chamado de “O Resolvedor”.
No depoimento ao Ministério Público Federal, Claudio Melo Filho disse que durante a tramitação da MP 651, que dava estímulos às empresas abaladas pela crise, quatro emendas foram apresentadas pela Odebrecht a Jucá.
SERIA RELATOR – “Foram levadas a ele, a pedido da empresa do grupo, algumas emendas e que foram por ele apresentadas. Mais precisamente a 259, 262, 271 e 272” —detalhou. “A gente entregava as notas técnicas e fazia essa discussão”.
Segundo o delator, Jucá tinha a ideia de ser relator dessa matéria, mas acabou sendo o presidente da comissão que analisou a matéria. Questionado se houve algum pagamento de vantagem indevida, ele respondeu:
“No ano de 2014, o senador não era candidato a nenhum cargo eletivo, mas em determinado momento, ele me disse que o filho dele era candidato a vice-governador do estado de Roraima…” — nesse momento o vídeo disponibilizado pelo Supremo Tribunal Federal é cortado.
PACOTE DE BONDADES – Além da MP apelidada de “Pacote de Bondades”, Claudio Melo Filho cita ainda a MP da “Guerra dos Portos”, sem detalhar o número. Ele diz que na tramitação dessa matéria, foi a primeira vez em que negociou vantagem indevida vinculada à aprovação da proposta. Até então, havia apenas doação de campanha.
“O senador Romero Jucá em algumas oportunidades dizia que os temas de discussão que a gente estava tendo, ao ele fazer a defesa certamente teria uma simpatia e a defesa do senador Renan Calheiros. Mas eu não tratei esse assunto com o senador Renan Calheiros” – ressalvou.
Ele conta ainda que, a partir da entrada de Marcelo Odebrecht no comando da empresa, a equipe de Brasília passou a fazer um acompanhamento mais intenso de tramitação de MPs. No entanto, ressaltou que havia corrupção antes disso.
OS BAIANOS – Citou rapidamente que houve pedidos de políticos baianos como Geddel Vieira Lima e Jaques Wagner. Não detalhou, entretanto, as negociatas. E disse que a Lava-Jato é importante para tentar alterar a realidade de como se faz política.
“A gente está tentando realmente mudar esse jogo”, resumiu.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É preciso ressalvar que o tal jogo está mudando, mas é exclusivamente com base no esforço inaudito dessa nova geração da Procuradoria da República, da Polícia Federal, da Receita e da Justiça Federal, que atuam em conjunto harmonioso. Se depender do resto, tudo se complica. No Supremo, por exemplo, os inquéritos e processos tendem a se perpetuar, até a prescrição. E os ministros, incluindo a presidente Cármen Lúcia, não demonstram o menor empenho em acelerar os trabalhos, com exceção de Luis Roberto Barroso, que parece estar clamando no deserto, como se dizia outrora. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É preciso ressalvar que o tal jogo está mudando, mas é exclusivamente com base no esforço inaudito dessa nova geração da Procuradoria da República, da Polícia Federal, da Receita e da Justiça Federal, que atuam em conjunto harmonioso. Se depender do resto, tudo se complica. No Supremo, por exemplo, os inquéritos e processos tendem a se perpetuar, até a prescrição. E os ministros, incluindo a presidente Cármen Lúcia, não demonstram o menor empenho em acelerar os trabalhos, com exceção de Luis Roberto Barroso, que parece estar clamando no deserto, como se dizia outrora. (C.N.)
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