11 perguntas sobre o 11 de setembro
Cinco anos depois dos atentados terroristas que abalaram os Estados Unidos, muitas questões permanecem sem resposta. Afinal, tudo não passou de uma grande conspiração?
Maurício
Oliveira | 01/05/2006 00h00
Quem
analisa friamente a versão oficial sobre os atentados de
11 de setembro de 2001 conclui que o sucesso obtido pelos
terroristas contraria a lei das probabilidades. A começar
pela permanência em território americano de dezenas de
conspiradores sem que levantassem qualquer suspeita. Além
disso, quatro aviões foram seqüestrados sem maiores
problemas. Uma simulação de exercícios de guerra marcada
justamente para aquele dia confundiu o sistema de defesa e
atrasou o acionamento dos caças que poderiam interceptar
os vôos. E as manobras que levaram os aviões a colidirem
com o World Trade Center e o Pentágono foram dignas de
pilotos de primeira linha – embora eles tenham passado
apenas por treinamentos básicos. Todos esses fatos,
associados a uma série de outros, tornaram-se um prato
cheio para teorias conspiratórias. Cinco anos depois dos
atentados, muitas perguntas continuam sem resposta
convincente. Veja 11 delas nas páginas a seguir:
1. Por que ninguém viu o avião que caiu
no Pentágono?
De
acordo com a versão oficial, um dos quatro aviões
seqüestrados pelos terroristas no dia 11 de setembro de
2001 foi lançado sobre o Pentágono, símbolo do poderio
militar norte-americano. À velocidade de 560 quilômetros
por hora, o avião (um Boeing 757 da American Airlines)
teria atravessado três dos cinco anéis concêntricos que
formam a construção, transformando o concreto reforçado
que protege cada um dos anéis em “mingau” – termo usado em
um documento oficial do próprio governo americano sobre o
episódio. Morreram as 64 pessoas que estavam no avião e
125 que se encontravam no interior do prédio.
As
dúvidas sobre a veracidade dessa versão começam pelo fato
de que ninguém parece ter testemunhado a aproximação do
avião e muito menos visto destroços da aeronave depois do
suposto choque. Poderia um avião com mais de 100 toneladas
e quase 50 metros de comprimento simplesmente
desintegrar-se com a colisão? Fotografias tiradas no local
logo depois do acidente lembram muito mais cenas de
atentados a bomba do que de acidentes aéreos. A análise
das imagens forneceu ainda mais argumentos contra a
história oficial do atentado.
Não
tardou para que corresse a versão de que o Pentágono teria
sido atingido, na verdade, por um míssil teleguiado, o que
parecia mais compatível com o grau de destruição que se
verificou no prédio. Teria sido um ataque simulado pelo
próprio governo dos Estados Unidos? Muitos adeptos de
teorias da conspiração apostam que sim. O objetivo poderia
ser o de criar em Washington o mesmo clima de pânico e
indignação que tomava conta de Nova York com a destruição
das torres gêmeas – dessa forma, seria mais fácil angariar
apoio político para as ações de combate ao terrorismo que
viriam, incluindo as invasões do Afeganistão e do Iraque.
2. Os terroristas eram pilotos hábeis o
suficiente para fazer as manobras com os aviões?
Pilotar
um avião de grande porte a poucos metros do chão, a uma
velocidade superior a 500 quilômetros por hora, e ainda
assim acertar um alvo como o Pentágono com precisão
cirúrgica é uma tarefa considerada no mínimo um prodígio
da aviação. Pela versão oficial, essa manobra teria sido
realizada pelo saudita Hani Hanjour, apontado como o
terrorista que assumiu o comando do Boeing 757. Apenas um
mês antes do atentado, contudo, Hanjour não conseguiu
tirar do chão um Cessna 172, um avião de pequeno porte.
Ele tentou alugar o Cessna, mas os representantes da
locadora acharam melhor vetar a transação quando
perceberam a evidente falta de familiaridade de Hanjour
com a aeronave.
Outra
pergunta em relação ao atentado contra o Pentágono é: já
que o avião conseguiu entrar livremente no espaço aéreo da
capital, Washington, por que o alvo preferencial escolhido
não foi a Casa Branca, o que certamente teria um efeito
muito mais devastador para a auto-estima dos Estados
Unidos, além de atingir diretamente o presidente americano
George W. Bush?
3. Como se explica a apatia de George W.
Bush ao saber dos atentados?
A
cena está no documentário Fahrenheit 9/11, de Michael
Moore. Enquanto o segundo avião colidia contra o World
Trade Center, o presidente americano, George W. Bush,
acompanhava leituras de alunos de uma escola em Sarasota,
Flórida. De repente, o chefe da comitiva, Andrew Card,
aproximou-se de Bush e cochichou algo em seu ouvido. O que
ele disse, soube-se depois, foi: “O país está sendo
atacado por terroristas”.
Ao
longo dos sete minutos seguintes – uma eternidade diante
das circunstâncias –, o presidente continuou ouvindo as
crianças com um olhar perdido, que não demonstrava emoção
alguma. Quando a cena tornou-se de conhecimento público, a
pergunta que todo mundo se fazia nos Estados Unidos era:
no que, afinal de contas, o presidente pensou durante
aqueles minutos? Por que não interrompeu o compromisso
assim que soube da notícia e procurou se informar sobre o
que estava acontecendo?
Para
as pessoas que acreditam no envolvimento do próprio
governo americano nos atentados, Bush não precisaria ter
sido avisado de nada, até porque sabia exatamente o que
estava acontecendo no momento.
4. Por que os serviços de inteligência
dos Estados Unidos não descobriram os planos dos
terroristas?
Um
mês antes dos atentados de 11 de setembro, a CIA teria
alertado o presidente Bush sobre os riscos de ataques
terroristas, citando especificamente a Al Qaeda, a rede
comandada por Osama Bin Laden. A rápida identificação dos
terroristas pelo FBI logo depois dos atentados comprovou
que havia informações disponíveis sobre a maioria deles.
Soube-se mais tarde que uma escola de pilotagem de
Minnesota havia denunciado as atitudes estranhas de um dos
terroristas, o francês de origem marroquina Zacarias
Moussaoui, que queria apenas aprender a pilotar um avião
sem se interessar pelos momentos da decolagem e do pouso.
Uma
das teorias conspiratórias que surgiram em decorrência dos
atentados de 11 de setembro diz que os planos dos
terroristas já eram de conhecimento do governo americano,
que apenas monitorou as ações do grupo no sentido de criar
um clima favorável ao presidente Bush em suas intenções de
invadir o Iraque e o Afeganistão. De fato, os ataques
terroristas foram convenientes para o presidente em vários
aspectos. Seu índice de popularidade pulou de 50% para 90%
quando ele se tornou o líder da guerra contra o
terrorismo. E a indústria de armas, uma das principais
financiadoras de sua campanha à Presidência, deu pulos de
alegria com as encomendas e a valorização das ações nas
bolsas de valores.
5. Por que os aviões não foram
interceptados por caças?
Justamente
naquele dia 11 de setembro estava ocorrendo, nas
proximidades da fronteira com o Canadá, uma série de
exercícios militares que envolveu parte dos caças
interceptadores que deveriam estar atuando nas áreas onde
ocorreram os atentados. A mistura entre realidade e ficção
confundiu operadores de vôo e outros profissionais ligados
à segurança aérea, que demoraram a perceber que havia algo
de errado quando alguns aviões sumiram do radar.
Os
terroristas desligaram o transponder, aparelho que
identifica o avião para os controles civis em terra. Esse
ato é típico de terrorismo e indica uma grande ameaça –
seria, por si só, justificativa para a interceptação. Mas
nada foi feito durante mais de 20 minutos, o que deu uma
confortável vantagem para os terroristas. O comando
militar só teria sido avisado sobre o sumiço do vôo 77 dez
minutos antes de o avião supostamente cair sobre o
Pentágono.
6. Os passageiros do avião que caiu na
Pensilvânia realmente lutaram contra os terroristas?
Diz
a versão oficial que os passageiros do vôo 93 da United
Airlines, que caiu sobre uma área rural não habitada da
Pensilvânia, teriam heroicamente lutado contra os
seqüestradores a ponto de fazer a aeronave ir ao chão
antes de atingir o alvo, possivelmente a Casa Branca. Os
passageiros teriam sido informados por telefone sobre o
atentado ao World Trade Center e queriam evitar que algo
semelhante ocorresse – por isso resolveram invadir a
cabine de comando e lutar contra os terroristas.
A
suspeita natural que surgiu é que ao menos esse avião, que
percorria um trajeto mais longo que os demais, foi
interceptado e abatido pelos caças da Força Aérea
americana. Reforça essa hipótese o fato de os destroços da
aeronave terem sido encontrados em um raio de 6
quilômetros, algo que não se encaixa muito bem na versão
de que o avião teria caído sem ter sido atingido.
Seria,
contudo, um choque para a população saber que os 44
inocentes passageiros daquele vôo haviam sido mortos pela
ação de um caça interceptador. Além do mais, no processo
de reconstrução do moral do país depois dos atentados (e
de convencimento da população sobre a necessidade de
invadir o Iraque e o Afeganistão), seria conveniente
contar com a memória de heróis pela qual valesse a pena
lutar.
7. Quem se beneficiou com a destruição
das Torres Gêmeas?
A
companhia que administrava o World Trade Center, o
Silverstein Group, havia acabado de arrendar o complexo em
um contrato com 99 anos de duração. Mas já fazia algum
tempo que o conjunto de sete prédios era deficitário, com
muitas salas desocupadas. O primeiro passo da nova
administração seria investir 200 milhões de dólares em
reformas, mas os atentados acabaram poupando esse dinheiro
– além de resultar em 3,6 bilhões de dólares em seguro.
A
análise quadro a quadro das cenas de desmoronamento das
torres gêmeas revela detalhes intrigantes: jatos de poeira
que sugerem indícios de explosão, embora oficialmente
sejam resultado da queda sucessiva dos andares superiores
sobre os inferiores. A suspeita de uso de explosivos
ganhou força em função da queda vertical da primeira
torre, típica de implosões planejadas. Além do mais,
algumas testemunhas relataram ter ouvido explosões antes
dos desabamentos.
E
como artefatos de implosão poderiam ser instalados em um
lugar tão movimentado como o World Trade Center sem que
ninguém percebesse? Nesse ponto, há um fato que fez a
festa de quem adora teorias conspiratórias: um dos
diretores da companhia que cuidava da segurança do World
Trade Center era ninguém menos do que Marvin Bush, o irmão
caçula do presidente.
8. Evidências foram destruídas?
O
vídeo feito por uma câmera instalada no alto do Hotel
Sheraton, próximo ao Pentágono, teria sido confiscado por
agentes federais logo depois do atentado. Imagens
registradas pela câmera de segurança de um posto de
gasolina que só atende a militares também teriam sido
requisitadas por representantes do governo americano.
Cenas gravadas por sistemas de monitoramento do
Departamento de Trânsito também não chegaram ao público.
Da
mesma forma, o conteúdo das caixas-pretas dos aviões não
foi divulgado – oficialmente, nenhuma das quatro resistiu
às colisões. Trabalhadores que atuaram na remoção dos
destroços do World Trade Center relataram, contudo, que
pelo menos duas caixas-pretas foram, sim, encontradas, e
que agentes federais exigiram segredo absoluto sobre o
episódio.
O
acesso ao entulho resultante do desmoronamento das torres
gêmeas por especialistas independentes foi vetado pelo
prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani. Esses
especialistas poderiam avaliar a pertinência da versão de
que o colapso das torres foi conseqüência do choque dos
aviões e investigar a possibilidade de uso de explosivos.
9. Quem mandou antrax pelo correio?
Nas
semanas seguintes aos atentados terroristas, uma nova
ameaça levou pânico à população dos Estados Unidos: o
envio pelo correio de esporos de uma bactéria letal, o
antrax. As correspondências foram enviadas justamente a
pessoas e instituições que poderiam ter algum peso no
questionamento das versões oficiais do atentado, como
jornais e emissoras de TV. O senador democrata Tom
Daschle, que havia proposto a criação de uma comissão no
Senado para investigar as perguntas não respondidas do
caso, foi um dos destinatários. Vinte e duas pessoas foram
contaminadas, entre funcionários dos correios e pessoas
que manipularam as cartas nos locais de destino, e cinco
delas morreram.
O
tipo de material enviado nas correspondências era
manipulado apenas em locais controlados. Investigações do
FBI levaram ao nome do biólogo Steven Hatfill,
especialista em armas biológicas que trabalhava em um
laboratório de doenças infecciosas do Exército americano
localizado em Maryland. Ele não foi oficialmente apontado
como autor dos atentados – as investigações não foram
conclusivas – e sempre negou ser o responsável pelo envio
dos esporos da bactéria. Agora está processando o governo
americano por difamação e calúnia.
10. Por que Bin Laden não foi capturado?
Quando
ocorreram os atentados de 11 de setembro, 24 membros da
família Bin Laden, uma das mais ricas da Arábia Saudita,
estavam nos Estados Unidos, a maior parte cursando
universidades. Por iniciativa da embaixada da Arábia
Saudita, com o apoio do FBI, todos foram reunidos o mais
rápido possível e embarcaram, no dia 18 de setembro, para
Paris. A justificativa era que a integridade deles estava
em risco. O jato especialmente destinado à missão passou
por várias cidades dos Estados Unidos para recolher os
familiares do alegado inimigo número um do país, sem que
qualquer um deles fosse interrogado sobre um possível
envolvimento com o episódio ou, na melhor das hipóteses,
sobre a suspeita relação com o parente famoso.
No
documentário Fahrenheit 9/11, Michel Moore relatou
ligações antigas entre as famílias Bush e Bin Laden,
inclusive em empreendimentos na área armamentista. Há
quase três décadas, Bush pai teria contratado, como
empresário, serviços de Salem Bin Laden, o irmão de Osama
que controlava os negócios da família à época. A
construtora dos Bin Laden tem relação com importantes
corporações americanas e realizou muitas obras de
infra-estrutura no país.
Outro
aspecto que nunca ficou bem explicado é como Bin Laden
teria conseguido coordenar ações tão bem planejadas
estando em um país com pouca infra-estrutura como o
Afeganistão, a 15 mil quilômetros de distância. E como
conseguiu se esconder tão bem a ponto de não ser
encontrado.
Parece
conveniente para o governo dos Estados Unidos manter Bin
Laden como uma ameaça constante. E o terrorista foi bem
camarada com Bush ao divulgar um vídeo com novas ameaças
na reta final da campanha de reeleição do presidente
americano.
11. Os números que compõem a data
11/09/2001 significam algo?
Esotéricos
e curiosos em geral encontraram “sinais” na data dos
atentados terroristas. A mais óbvia é a coincidência entre
9/11 (já que nos Estados Unidos a data é escrita com o mês
à frente do dia) e o telefone de emergência conhecido em
todo o país, 911. Entre os adeptos da crença no portal
“11:11”, que dizem ver esse número constantemente em
relógios digitais e acreditam se tratar de uma senha para
um portal que se abrirá aos escolhidos, a data dos
atentados quer dizer algo: afinal, ocorreram no dia 11 e a
soma dos algarismos do dia e do mês (1+1+9) também resulta
em 11. A única falha nessa argumentação é que haveria uma
forma de deixar tudo muito mais claro: bastaria os
atentados terem sido realizados no dia 11 de novembro, o
11º mês do ano.
O atentado que ninguém viu
Um dos quatro aviões seqüestrados pelos
terroristas em 11 de setembro de 2001 foi lançado sobre
o Pentágono, de acordo com a versão oficial. Mas parece
que ninguém testemunhou o ataque, deixando várias
dúvidas no ar:
• Antes do dia 11 de setembro, havia uma
discreta marca no gramado ao redor do Pentágono que,
curiosamente, marcava a linha exata do ponto de colisão
do suposto avião com o prédio. Essa misteriosa marca não
era percebida do chão, mas podia ser vista em imagens de
satélite.
• O gramado próximo ao local da suposta
colisão permaneceu intacto, dando a entender que o avião
caiu cirurgicamente no prédio – isso a mais de 500
quilômetros por hora e pilotado por um amador.
• Os destroços do avião simplesmente
sumiram – inclusive as asas, que teoricamente se
chocaram com uma parte do Pentágono que não foi
destruída.
• Testemunhas relataram um som mais agudo e
menos ensurdecedor do que o de uma turbina de avião – um
som mais parecido com o de um míssil.
• Apesar da violência do choque – forte o
suficiente para fazer um avião se desintegrar –, janelas
localizadas a poucos metros do suposto ponto de contato
entre o avião e o prédio permaneceram intactas (destaque
na foto). Até um monitor de computador pôde ser visto em
uma das imagens, colocado normalmente sobre uma mesa
próxima a uma das paredes destruídas.
• O rombo encontrado em uma parede interna do
Pentágono tinha cerca de 4 metros de diâmetro, pequeno
demais para ter sido produzido por um avião de grande
porte.
Saiba mais
Livro
11 de
setembro e outras mentiras que nos contaram
David Heylen Campos, Universo dos Livros,
2005
Uma visão conjunta das principais conspirações
recentes, com ênfase no atentado às torres gêmeas em 11 de
setembro de 2001.http://guiadoestudante.abril.
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