quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Em meio às recentes denúncias envolvendo o ministro do Esporte, Orlando Silva, uma carta manuscrita de 40 linhas acusa
o PCdoB, partido de Silva, no Rio Grande do Sul de desvio de dinheiro
público para financiamento de campanha. Apreendida em julho deste ano
durante a Operação Cartola --deflagrada pela Policia Civil gaúcha em
oito cidades do RS para investigar suspeitas em contratos que somam R$
30 milhões--, a correspondência acusa o titular da secretaria de
Juventude e Esportes de Alvorada (a 27 quilômetros de Porto Alegre),
Nelson da Silva Flores, de forçar a devolução de sobras de caixa do
programa “Alvorada Olímpica” para financiar a campanha da deputada
federal Manuela D’Ávila (PCdoB). A informação foi divulgada na edição
desta quarta-feira (19) do jornal "Zero Hora".
A denúncia foi feita pelo
então diretor de esportes da cidade Marcio Taylor, ex-filiado do
partido. Datado de maio de 2010, o documento relata o desvio de R$ 10
mil da secretaria para a campanha. Procurado pelo UOL Notícias,
o denunciante, por meio de interlocutores, afirmou que não comentaria
mais o caso, pois teria recebido ameaças na noite passada. Mas, se
inquirido pela polícia, reafirmaria o conteúdo da carta.
Em nota à imprensa, o PCdoB informou que sabia da existência da
correspondência e que ela foi recolhida junto a outros documentos pelos
policiais, mas negou as acusações. O presidente da sigla no Estado,
Adalberto Frasson, classificou o material como antecipação da disputa
pela prefeitura de Porto Alegre no ano que vem, já que a deputada
Manuela D’Ávila é pré-candidata.
O prefeito de
Alvorada, João Carlos Brum (PTB), afirmou que a carta chegou à
prefeitura em forma de denúncia, que ouviu boatos sobre o seu conteúdo,
mas que não a leu. Na manhã desta quarta-feira (19), a deputada Manuela
D’Ávila usou seu blog para se manifestar sobre a denúncia. “Há uns
três meses um jornalista me telefonou e perguntou se eu sabia que ‘numa
gaveta em Alvorada havia sido apreendida uma carta que me citava
durante a operação Cartola’. Um policial havia ligado para ele e
contado. Pedi mais informações e ele me disse que o policial afirmava
que não havia nada demais e que eu podia ficar tranquila”, escreveu em
seu site. Mais adiante Manuela escreveu que chegou a ligar para o chefe
da Polícia Civil gaúcha buscando mais informações. “Liguei para o chefe
da polícia do Estado, delegado Ranolfo, perguntando o que era, se
precisava fazer algo, o que dizia. Ele me disse para ficar tranquila,
que era uma carta sem muito sentido, de um cara dizendo que deu R$ 10
mil para outro cara para minha campanha. E que quando eu tivesse um
tempo eu fosse lá e lesse”, finalizou. (Do Uol Noticias)
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