O Poder está atrás do trono
Discordo em essência daqueles que se dizem felizes pela
pseudofaxina ética do Executivo, tal qual das afirmações de ser
irrelevante a forma pela qual Ministros são indicados aos cargos. “Ao
povo, não importa o apadrinhamento do novo titular do Ministério do
Turismo, mas sim a sua capacidade e a sua honestidade na gerência do
cargo que vai ocupar” (frase extraída de uma coluna de opiniões).
– Isto é aposto à cidadania, tal que se fosse faxina não o seria
seletiva, versaria a tudo aquilo que está sujo e que o antigo inquilino
em sua iniquidade deixou. A quem tem consciência TUDO importa,
pois é uma afronta coligar apadrinhamento à competência que somente se
dá pela qualificação profissional, expressão técnica, acadêmica além de
probidade do indivíduo escolhido. Isto é o mínimo desejável.
Não é nem mais aceitável a indicação política para Ministros
das mais altas Cortes de Justiça, tais cargos deveriam ser ocupados por
Juízes de carreira, com “J de Justiça maiúsculo”,
e para tanto já concursados e eleitos por seus pares. Hoje sequer
temos Ministros que foram juízes e, portanto aprovados em concursos
públicos; aliás, alguns foram reprovados mais de uma vez em suas vãs
tentativas, e estão lá a dar pareceres ou a reter processos em benefício
de quem os indicou. Isto não Justiça, é fruto da injustiça qualificada
pelo apadrinhamento e pelo nepotismo. Vide caso do clã Sarney no STJ e
que até garantiu censura ao jornal O Estado de S. Paulo;
os expurgos nas cadernetas de poupanças nas mãos de Toffoli no STF;
ali também estão os aposentados e o fator previdenciário. Portanto, o
apadrinhamento é indefensável e se fosse capaz de algum resultado o
estado do Maranhão não seria o mais miserável do país, teria deixado a
muito de ser uma reles capitania hereditária. O apadrinhamento, tal
qual o nepotismo, largamente difundido no Congresso, e em boa medida na
cultura dos brasileiros, não faz parte do manual da competência e da
meritocracia; mas sim do conchavo da politicalha, e isto sem exceção tal
qual o episódio dessa indicação ao Ministério objeto do tema que
sequer deveria existir.
Oswaldo Colombo Filho
O Estado de S.Paulo 20/09/2011
Diário da Manhã - Goiás 20/09/2011
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