sábado, 22 de outubro de 2011
Depois de mais uma revelação de VEJA
sobre o escândalo no Ministério dos Transportes, a oposição
intensificou o coro pela saída do ministro Orlando Silva. O líder do DEM
na Câmara, ACM Neto (BA), acredita que, se a presidente Dilma não
exonerar o subordinado, deixará claro que é conivente com a corrupção.
"Se isso não for prova, Dilma legalizará a corrupção no País. Ou toma
atitudes, ou ela chancela a corrupção em seu governo. Orlando tem que
sair", opina o parlamentar.
Para Duarte
Nogueira (SP), líder tucano na Câmara, a demissão do ministro já devia
ter ocorrido na semana passada. E, agora, a situação se torna ainda
mais grave: "A própria presidente, num ato de apoio ao PCdoB, fez ontem
a manifestação de que precisava de provas. Se precisava, as provas
estão aí", afirma. A situação do ministro pode gerar um impasse: como
fez nos casos anteriores, Dilma espera que o ministro peça demissão.
Mas o PCdoB não aceita. "Até agora ela não demitiu ninguém. Se o PCdoB e
o Orlando Silva insistirem, não vai restar alternativa senão
exonerá-lo", afirma o líder tucano. A oposição, que já pediu
investigação sobre o ministro à Procuradorai Geral da República e
cobrou satisfações de Orlando Silva quando ele esteve no Congresso,
agora se prepara para a oitiva de João Dias, o policial militar que
delatou o esquema. Ele vai comparecer à Comissão de Fiscalização
Financeira da Câmara na semana que vem.
Reportagem -
A edição de VEJA que chegou às bancas neste sábado mostra como
assessores diretos do ministro Orlando Silva favoreceram João Dias
usando um expediente fraudulento. Em 2 de abril de 2008, o ministério
havia encaminhado à Polícia Militar um ofício mostrando irregularidades
cometidas por entidades controladas por Dias. Mas o delator do esquema
foi até o ministério e cobrou uma mudança de posição. Deu certo.
Cinco dias depois, o Esporte pediu à Polícia Militar que
desconsiderasse o primeiro ofício. E o documento foi emitido com data
anterior à real - uma farsa para permitir que o prazo para a defesa de
João Dias fosse prorrogado. "O que nós estamos tentando fazer aqui é
remediar a m. que foi feita", diz, na reunião, Fábio Hansen, assessor
especial de Orlando Silva. Os fatos mostram como o homem que foi chamado
de "delinquente" pelo ministro gozava de privilégios dentro da pasta. ( Da Veja)
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