sábado, 22 de outubro de 2011
Fonte: http://www.incorporativa.com.br/ - 22/10/2011 - Sylvia Romano *
Um dos grandes problemas dos idosos brasileiros é financeiro. Cerca de
20 milhões de aposentados pelo INSS veem seus proventos diminuírem ano a
ano e acabam sendo lançados praticamente na miséria.
A causa dos aposentados vem me preocupando há certo tempo, pois vejo que
muitas pessoas do meu relacionamento, a cada dia que passa, vão
perdendo o seu poder aquisitivo em função do teto máximo pelo qual podem
se aposentar, do escorchante índice de expectativa de vida implantado e
dos aumentos anuais inferiores à inflação real.
Ao ter acesso recentemente a um estudo encomendado pela Plena
Consultoria de Investimentos ao Prof. Dr. Paulo Tafner, economista do
IPEA, mais uma vez fiquei indignada com o que vem acontecendo com os
nossos aposentados e com as benesses dos que se beneficiam do botim do
funcionalismo público. Só para exemplificar, após ler esse estudo
descobri que o governo federal em 2010 gastou R$ 66 bilhões com
educação, R$ 54 bilhões com saúde, R$ 42 bilhões com o déficit do INSS e
R$ 51 bilhões com o déficit dos RPP (Regime Próprio de Previdência do
funcionalismo público). O maior absurdo destes números é que o INSS
atende 20 milhões de aposentados, enquanto o RPP atende somente 2
milhões de pensionistas.
O Projeto de Lei Nº 1992/2007 consiste na criação de um Fundo de
Previdência Complementar para os servidores públicos federais
contratados após a sua aprovação, sendo que os atuais servidores ativos e
inativos da União não terão nenhuma modificação no que foi pactuado no
início de suas carreiras públicas, o que não ocorreu com os aposentados
do INSS que tiveram as regras alteradas no meio do Jogo.
Será preciso muita coragem para aprovar esse projeto, mas não houve e
nem haverá momento mais propício que o atual para essa transformação.
Basta ver o que está acontecendo nos países europeus, onde a mudança
está sendo praticamente compulsória em razão da redução da atividade
econômica provocada pela atual crise financeira mundial.
Ou o Brasil se antecipa e se prepara para o enfrentamento da crise que
ainda não o atingiu plenamente, ou medidas trágicas terão de ser tomadas
em um futuro próximo, abrangendo todos indistintamente, incluindo-se aí
os já espoliados aposentados do INSS e também o bando de marajás, que
pelo menos por enquanto ainda está muito bem, obrigado!
* Sylvia Romano é advogada trabalhista, responsável pelo Sylvia Romano
Consultores Associados, em São Paulo. E-mail: sylviaromano@uol.com.br
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